Hunter Moore, o homem mais odiado da Internet [com vídeo]

Hunter Moore, o homem mais odiado da Internet, geria um site de pornografia de vingança. Nele eram partilhados vídeos ou fotos sexualmente explícitas de parceiras ou ex-namoradas.

Dos mesmos produtores de O Impostor do Tinder, uma produção da Netflix que deixou todos colados ao ecrã, surge agora um novo documentário intitulado de O Homem mais odiado da Internet. Ao descobrir que a filha tinha tido nudes partilhados num site sem o seu consentimento, a atriz e ex-modelo Charlotte Laws entrou em “modo de mãe sem nada a perder” e iniciou uma caça ao homem que expôs a intimidade da sua ‘pequena’ para mais de 350 mil pessoas. “Fiz o que qualquer mãe faria. Defendi a minha filha.” Fotografias explícitas de Kayla, então com 24 anos, em topless foram roubadas do computador pessoal por um hacker e publicadas online.

As fotos foram tiradas em frente ao espelho de quarto mas sem intenção de serem partilhadas (publicamente). Foram guardadas em segurança – assim pensou Kayla – no seu portátil. Charlotte conseguiu descobrir e seguir os rastos digitais para descobrir o carrasco da filha e percebeu que trabalhava como DJ. Foi então que apresentou queixa na polícia e entregou-lhes a informação (com todo o detalhe) que tinha reunido sobre o criminoso. Enquanto procurava mais informações sobre o hacker, Charlotte percebeu que a filha não tinha sido a única vítima.

Site era centro de distribuição de pornografia de vingança

A plataforma em que as imagens tinham sido publicadas era um centro de distribuição de pornografia de vingança,  um lugar onde eram partilhados vídeos ou fotos sexualmente explícitas (normalmente de parceiras ou ex-namoradas) sem o seu consentimento com o intuito de humilhar. “Jovens, principalmente meninas, matam-se por causa de pornografia de vingança. Espero que esta série esclareça como isto destrói vidas”, apontou. O crime, que teve início em 2012, teve, de certa forma, a conivência da polícia, que sem o amparo das modernas legislações digitais, pouco ou nada fez para impedir a partilha de imagens no site IsAnyoneUp.com. 

O fundador alegou que tinha criado o site “puramente por acaso” depois de ter publicado uma foto atrevida de uma mulher com quem dormiu num site inativo. Acabou por descobrir que 14 mil pessoas tinham visto a foto. Foi então que percebeu que estava perante uma mina de ouro – ilegal. Mas enquanto o homem estava protegido pelo anonimato, as mulheres viram a sua privacidade ser violada da forma mais baixa possível. Pelo menos duas mulheres foram demitidas dos empregos após as fotos terem sido tornadas públicas. Uma inclusive perdeu a guarda dos filhos.

«Respondeu a uma carta legal com uma foto do pénis»

Não demorou muito para Charlotte descobrir que o criminoso se chamava Hunter Moore, e que, aos 36 anos, geria o site a partir da cave dos pais. Assim que conseguiu o nome, encontrou um número de telemóvel e e ligou. Mas quem atendeu desligou sempre. Implacável, Charlotte e o marido – advogado – enviaram uma série de cartas de para que Moore “cessasse” as suas atividades ilegais. No entanto, a verdade é que teve o efeito contrário. O hacker parecia mais confiante do que nunca. “Estava a rir-se de nós”, recorda. “Respondeu a uma carta legal com uma foto do pénis“.

Ainda assim, e apesar de ser um criminoso, as redes sociais vibraram com as suas façanhas e Moore acabou por ganhar fama. Chegou a ter 600 mil seguidores no Twitter e revelou que o site que geria tinha mais de 350 mil assinantes e que tinha cerca de 30 milhões de visualizações de página mensalmente. Garante que ganhava mais de 300 mil euros por ano com o site. “Tornou-se uma espécie de celebridade e dava festas onde trabalhava como DJ. Foi então que me disfarcei para lhe entregar os papéis”, diz Charlotte, que chegou a receber ameaças de morte após ter começado a tomar medidas contra o homem.

Scarlett Johansson e Jennifer Lawrence ‘ajudaram’ a que FBI tomasse medidas

A justiceira passou a receber cada vez mais emails, chamadas e mensagens de outras vítimas que ganharam coragem após celebridades como Scarlett Johansson e Jennifer Lawrence terem visto a sua vida privada devassada. Foi a partir daí que o FBI começou a tomar mais atenção a este fenómeno e Charlotte não perdeu a oportunidade de fazer justiça pela filha. Graças ao seu esforço, outras 500 mulheres tiveram a força para denunciar os homens que publicaram conteúdos íntimos em plataformas online.

Em 2014, o FBI reuniu provas suficientes para acusar Hunter Moore de roubo de identidade agravado e cumplicidade no acesso não autorizado a um computador. Fecharam o site, invadiram a casa dos pais e apreenderam os computadores ali presentes. O hacker declarou-se culpado das acusações e foi condenado a dois anos e meio de prisão, tendo sido libertado em 2017. Kayla, agora com 34 anos, é corretora de imóveis de sucesso e vai casar-se nos próximos dias.

Fotos: Divulgação Netflix & Twitter Charlotte Laws

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