Presidente são-tomense quer autonomia sólida e robusta para a ilha do Príncipe

O Presidente são-tomense defendeu hoje que é preciso trabalhar para assegurar uma autonomia sólida e robusta para a ilha do Príncipe, enquanto o Governo regional pede um pacto de regime para reforçar as garantias constitucionais da região autónoma.

Presidente são-tomense quer autonomia sólida e robusta para a ilha do Príncipe

Carlos Vila Nova que discursava na cerimónia dos 30 anos da autonomia regional que hoje se assinala, sublinhou que o Príncipe “oferece potencialidades que não podem deixar de ser exploradas ao máximo de forma a se retirar delas todos os benefícios possíveis, tornando-a  mais atrativa”.

Para o chefe de Estado são-tomense isso “impactará de forma positiva a economia” o que considerou como “essencial para trilhar o caminho de um desenvolvimento sustentável que o Príncipe almeja” assim como a ilha de São Tomé, conduzindo à “melhoria das condições de vida das suas gentes”.

“É imperativo na prossecução de tal desiderato trabalhar, no sentido de gerar uma autonomia sólida, robusta e que efetivamente esteja ao serviço dos reais interesses do Príncipe”, defendeu o Presidente da República.

Carlos Vila Nova apontou ainda muitas potencialidades do Príncipe, nomeadamente o facto de estar no centro do mundo, ser Reserva Mundial da Biosfera da Unesco há mais de 10 anos, uma ilha tropical, clima maravilhoso, sol fértil e referência na ciência pela comprovação da teoria da relatividade de Albert Einstein.

“Estes elementos chaves assumem-se como verdadeiras vantagens comparativas, que não podem deixar de ser exploradas no sentido de fomentar a economia, gerar emprego e riqueza, designadamente através de um sério e forte investimento no setor do turismo, bem como no fomento de um ambiente de negócio atrativos a investimento nacional e ou estrangeiro”, defendeu Carlos Vila Nova.

 

O Presidente da República considerou  ainda que o Turismo é um setor que “a região apresenta um grande potencial”, mas apontou alguns desafios, nomeadamente a necessidade de elevar a qualidade da educação, assegurando a formação superior na ilha, assim como a melhoria da saúde, aprimoramento do sistema de justiça, redução da dificuldade de abastecimento dos produtos de primeira necessidade, a garantia da estabilidade energética.

“Estou e estarei comprometido com a causa do Príncipe, como de São Tomé”, declarou Carlos Vila Nova, defendendo que “é preciso continuar a  trabalhar, consagrando esforços e sinergias tendo como rumo a construção de um Príncipe cada vez melhor e onde realmente dê gosto de viver”.

“Uma Região Autónoma do Príncipe melhor e desenvolvida, significa um São Tomé e Príncipe melhor e mais próspero”, sublinhou o Presidente da República.

Por sua vez, o presidente do Governo Regional, Filipe Nascimento disse que “a autonomia, muitas vezes, é mal compreendida ou usada de forma desonesta”, mas assegurou que “nunca foi, nem será, uma rotura com a unidade nacional”.

“Celebramos com orgulho os avanços alcançados. Mas, com honestidade, quem pode negar que persistem desafios profundos a enfrentar? A dupla insularidade e, em certos domínios, uma verdadeira tripla insularidade, agravada pela ausência de políticas públicas estruturantes e pela exclusão da Região das negociações nacionais chave, continua a limitar o nosso potencial de desenvolvimento”, apontou Filipe Nascimento.

“Mas, mais do que reivindicar, queremos propor: a celebração de um pacto entre a Região e a República — um compromisso claro, duradouro e justo, que permita enfrentar, de forma estruturada, os desafios da insularidade e consolidar, em pleno, a coesão nacional”, acrescentou o líder do executivo regional.

Segundo Filipe Nascimento, o Governo Regional está a trabalhar num anteprojeto de com normas sobre a Região Autónoma do Príncipe para ser proposto às autoridades nacionais para que seja adotada na próxima revisão da Constituição a fim de reforçar a autonomia regional.

 

JYAF // RBF

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By Impala News / Lusa

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