Chama-se Maria Kitay, tem 67 anos e foi a primeira voluntária a receber a vacina contra o cancro da mama. Pela primeira vez, uma vacina contra contra este tipo de cancro está em andamento. A medicação foi aplicada numa mulher diagnosticada com a doença – carcinoma ductal in situ – em “estágio 0”, isto é, em estágio pré-cancerígeno.

A voluntária recebeu o ciclo completo do imunizante e seguem-se outras 50 voluntárias no teste à nova vacina, comemorada pelos cientistas que se dedicam à investigação há mais de três décadas. O estudo inédito é desenvolvido pelo Centro Médico da Universidade de Pittsburgh, nos Estados Unidos (EUA).

“Hoje, mais de 30 anos de investigação levaram-nos ao primeiro ensaio clínico de uma vacina que pode mudar significativamente o diagnóstico de cancro da mama”, diz Elizabeth Wild, presidente do UPMC Hillman Cancer Center, em conferência de imprensa no Hospital da Mulher.

Como funciona a vacina contra o cancro da mama

A vacina depende da proteína MUC1, que pode “desencadear uma resposta imune e ser útil para atingir certos tipos de cancro”, descobriu-se nas décadas de investigação.

“A nossa abordagem com esta vacina é ‘ensinar’ o sistema imunológico a identificar as células pré-cancerígenas e atacá-las antes que elas se transformem em cancro invasivo”, explica Emilia Diego, médica professora de cirurgia, vice-presidente de diversidade e inclusão e chefe de secção de cirurgia da mama na divisão de oncologia cirúrgica de mama do Departamento de Cirurgia daquele hospital.

A intenção é prevenir a doença, disse a investigadora. “É uma forma bastante inovadora de abordar um diagnóstico de cancro da mama, particularmente o diagnóstico pré-cancerígeno, em que podemos preveni-lo com esta vacina. O objetivo a longo prazo é prevenir o cancro. As mulheres que participam neste teste vão realmente ajudar-nos a fazê-lo, finalmente”, congratula-se.

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