Unicef apoiou mais de 90.000 pessoas em três meses em Moçambique

O cluster de segurança, liderado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância, prestou assistência essencial a mais de 90 mil pessoas no primeiro trimestre em Cabo Delgado, província moçambicana afetada por uma insurgência armada desde 2017.

Unicef apoiou mais de 90.000 pessoas em três meses em Moçambique

“A maioria dos beneficiários recebeu apoio psicossocial e de saúde mental, sendo que as crianças representam quase três quartos de todos os beneficiários, salientando a natureza centrada na criança da resposta”, lê-se num relatório daquele mecanismo global, elaborado pela área responsável pela Proteção à Criança (CP AoR), consultado hoje pela Lusa.

O apoio, prestado em 14 distritos daquela província, rica em gás, que enfrenta desde 2017 uma rebelião armada que provocou milhares de mortos e uma crise humanitária, com mais de um milhão de pessoas deslocadas, deu “especial atenção” aos grupos mais vulneráveis, que incluem crianças anteriormente associadas a grupos armados, crianças não acompanhadas e separadas, além de adolescentes afetados pelas uniões prematuras, refere-se no documento.

“A gestão de casos foi significativamente alargada, alcançando 12.919 crianças e adolescentes com total paridade de género. Paralelamente, o apoio às crianças com deficiência expandiu-se, atingindo 655 crianças, marcando um progresso notável em comparação com os trimestres anteriores”, explica-se ainda.

Só em 2024, pelo menos 349 pessoas morreram em ataques de grupos extremistas islâmicos no norte de Moçambique, um aumento de 36% face ao ano anterior, segundo estudo divulgado recentemente pelo Centro de Estudos Estratégicos de África (ACSS), uma instituição académica do Departamento de Defesa do Governo norte-americano.

O Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) estimou recentemente que mais de 24.000 pessoas tenham fugido de aldeias em sete distritos de Cabo Delgado devido a novas incursões de grupos armados no norte de Moçambique, sendo cerca de 50% dos deslocados crianças.

 

LYCE // CAD

By Impala News / Lusa

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