Uma das principais testemunhas do julgamento do homicídio do rapper Mota Jr revelou em tribunal, nesta segunda-feira, que viu a sua casa ser invadida e foi feita uma tentativa de sequestro. “Estou a ser ameaçado. Partiram-me tudo em casa e quase que era sequestrado”, contou o jovem, que confessou que não apresentou queixa nas autoridades por ter medo de possíveis represálias. “Não quero piorar a minha situação, tenho um filho”, explicou.

Visivelmente nervoso, revelou que, na noite do rapto de David Mota, em março de 2020, Luizo, de quem é amigo, e Edi Barreiros o procuraram em casa. “Estavam agitados e ofegantes. O Luizo gritava ‘merd*’ e o Edi queixava-se da mão”, recorda. Questionado pela procuradora do Ministério Público, a testemunha revelou que não se lembra de ter visto sangue nas roupas dos dois arguidos.

Contradições no depoimento levantam suspeitas

Perante esta afirmação, a magistrada insistiu e invocou contradições face ao anterior depoimento. A verdade é que à Polícia Judiciária, o jovem apresentou uma versão diferente: confirmou que viu manchas de sangue e afirmou que os arguidos tinham mudado de roupa. Assim, tal como dá conta o Correio da Manhã, estes “lapsos” de memória levaram a procuradora a solicitar ao tribunal a extração de uma certidão para investigação por falsidade de depoimento.

A testemunha revelou ainda que ao ter conhecimento do desaparecimento do rapper expulsou Luizo de sua casa, que ali pernoitava. “Tinha receio de que ele estivesse envolvido, até porque ele andava metido com a Vera [ex-namorada de Mota Jr]”, disse. Até agora, os arguidos mantêm o pacto de silêncio, recusando-se a prestar qualquer declaração.

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