Suspeitos de morte de Jéssica continuam a negar o crime

Tita e o marido, Justo, aceitam falar perante o juiz mas não assumem a morte de Jéssica, de três anos. Menina morreu na segunda-feira vítima de maus-tratos.

Suspeitos de morte de Jéssica continuam a negar o crime

Os suspeitos da morte de Jéssica, a menina de três anos que faleceu na segunda-feira em Setúbal com sinais de ter sido vítima de maus-tratos, continuam sem assumir o crime. Ana Cristina (Tita) e o marido, Justo, aceitaram prestar declarações perante o juiz do Tribunal de Setúbal, ontem, sexta-feira. O Correio da Manhã revela neste sábado que o depoimento de Tita “foi curto”, mas que o de Justo foi “mais longo”. Mantêm ambos a versão de que “a menina caiu da cadeira”. Também não assumem o rapto da criança nem a extorsão da mãe, Inês. Aceitaram falar perante o juiz para tentar ilibar a filha, Esmeralda, de 27 anos, também detida pelas autoridades.

Tita e Justo são suspeitos dos crimes de homicídio qualificado, ofensas à integridade física grave, rapto e extorsão. A filha foi detida por crimes de omissão de auxílio, dado que, alegadamente, terá assistido aos maus-tratos e não prestou socorro à menor. Os três suspeitos da morte de Jéssica irão conhecer as medidas de coação ainda neste sábado, 25 de junho.

Morte de Jéssica está a chocar Portugal

A morte de Jéssica, de três anos, está a chocar Portugal. A mãe de Jéssica contou à Polícia Judiciária que tinha uma dívida de menos de mil euros para com Tita. Alegadamente, por serviços de bruxaria. Os suspeitos terão retido a criança para exigirem o pagamento da dívida. Jéssica terá sido torturada.

De acordo com a Lusa, o coordenador da Polícia Judiciária de Setúbal referiu que a mãe da menina “pode ter sido enganada”. João Bugia disse que a ama terá sugerido que a mãe “levasse a criança à sua casa, já que podia brincar com a neta em idade semelhante, enquanto falavam da alegada dívida”. Depois disso, a ama e os familiares não a deixaram levar a criança de volta para casa. A mãe garante que “escondeu o rapto porque estava sob ameaça”.

Jéssica esteve cerca de cinco dias na casa de Ana Cristina e Justo, em Setúbal. Quando a mãe foi buscá-la, a menina apresentava sinais de maus-tratos. Jéssica viria a falecer no hospital depois de a mãe chamar o INEM. A menina tinha sido sinalizada pela Comissão de Proteção de Menores logo no nascimento. O Tribunal de Família e Menores de Setúbal tinha arquivado o processo em 30 de maio.

Mãe de Jéssica quebra o silêncio: “Tenho o meu coração desfeito”

A mãe da menina de três anos que morreu na tarde de segunda-feira, 20 de junho, em Setúbal, quebrou o silêncio nas redes sociais ao deixar uma mensagem de despedida para a filha. “Não tenho palavras para descrever a dor que estou a sentir. Tenho o coração desfeito”, começou por descrever. “Tenho tantas saudades tuas, minha querida filha. Descansa em paz, meu anjinho. És a minha estrelinha-guia. Amo-te e vou amar-te sempre, minha filha.”

Texto: Ricardina Batista;
Imagem ilustrativa

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