Sindicato da PSP defende que número de punições em processos é reduzido
A Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP-PSP) defendeu hoje, em reação ao aumento do número de queixas contra polícias em 2024, que o número de punições que resultam dos processos é reduzido.

À Lusa, o presidente da estrutura sindical, Paulo Santos, admitiu que o número de queixas recebidas pela Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI), que foi de 1.511 só em 2024 e a maior parte diz respeito a agentes da PSP, “é grave”. Aliás, “se fosse só uma queixa já era grave”, acrescentou.
No entanto, Paulo Santos considerou que, apesar das centenas de queixas recebidas pelo organismo que fiscaliza a atividade das polícias, “o resultado final, o número de punições que existem, é muito residual”.
O dirigente sindical disse que esta é mais uma altura em que se deve olhar para o contexto e que estas queixas também “resultam da intervenção dos polícias”. Em relação ao contexto, Paulo Santos aponta a falta de condições de trabalho, a falta de efetivos e a formação dos agentes como motores que promovem o aumento do número de queixas.
De acordo com os dados a que a Lusa teve acesso, em 2024 registou-se o número de queixas mais elevado da última década. Entre 2014 e 2024, concluiu-se que as denúncias mais do que duplicaram, de 711 para 1.511, atingindo no ano passado o número mais elevado dos últimos 10 anos.
A PSP é a força de segurança com maior número de queixas, tendo dado entrada naquele organismo 742 participações contra a atuação dos agentes da Polícia de Segurança Pública em 2024, mais 126 do que em 2023.
O organismo liderado pelo juiz desembargador Pedro Figueiredo indica também que as queixas contra a atuação das forças de segurança estiveram relacionadas com a violação de deveres de conduta (procedimentos ou comportamentos incorretos e recusas de atendimento), ofensas à integridade física e abusos de autoridade.
Em relação aos processos disciplinares, os dados da IGAI mostram que nove polícias da PSP e oito militares da GNR foram suspensos no ano passado, tendo sido ainda expulso um militar da Guarda Nacional Republicana.
RCV (CMP) // ZO
By Impala News / Lusa
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