Relógios atrasam uma hora na madrugada de domingo
Relógios atrasam uma hora em Portugal continental e nas regiões autónomas da Madeira e dos Açores na madrugada do próximo domingo, dando início ao horário de inverno.
Na madrugada de domingo (27 de outubro), em Portugal continental e na Região Autónoma da Madeira, quando forem 02:00 os relógios atrasam uma hora, passando para a 01:00.
Na Região Autónoma dos Açores, a mudança será feita à 01:00 da madrugada de domingo, passando para as 00:00. A hora legal voltará depois a mudar a 30 de março 2025, para o regime de verão.
O atual regime de mudança da hora é regulado por uma diretiva (lei comunitária) de 2000, que prevê que todos os anos os relógios sejam, respetivamente, adiantados e atrasados uma hora no último domingo de março e no último domingo de outubro, marcando o início e o fim da hora de verão.
Relógios atrasam uma hora para o horário de Inverno – isto é bom ou mau?
Associação Portuguesa de Sono (APS) é contra a mudança da hora… para o horário de verão, mas é favorável ao horário de inverno. Portugal deveria permanecer sempre no horário de inverno porque “o nosso organismo está sintonizado com a hora de inverno”. “Todos os estudos revelam que a permanência deste horário tem efeitos benéficos para a saúde física e psicológica”, defende afirma Helena Estêvão, daquela associação.
“O sono é afetado com o avanço diário de uma hora e, consequentemente, há tendência para reduzir o tempo de sono noturno durante os dias de escola e compensar ao fim de semana”, observa.
Em 2019, os eurodeputados aprovaram uma resolução da Comissão Europeia para abolir a mudança da hora e a legislação deveria ter entrado em vigor neste ano. O Parlamento Europeu (PE) aconselhou também a cada Estado-membro a realização de consultas públicas e a avaliação do impacto da introdução das medidas, para que viesse a optar-se por um dos horários, o de verão ou o do inverno.
Portugal optou por manter o regime horário bianual, sustentado-se num relatório do Observatório Astronómico de Lisboa. A Comissão Europeia deveria ter sido notificada até 1 de abril daquele ano, mas a decisão alterou prioridades e o assunto perdeu-se no tempo, por causa da pandemia.
O lado bom e o lado mau da mudança da hora
A diminuição do tempo de sono prejudica o “desempenho profissional e escolar” e “aumenta o risco de acidentes cardio e cerebrovasculares”. Pode, até, fazer subir o número de “acidentes de viação”, enumera Helena Estêvão, especialista em sono.
A longo prazo, há igualmente consequências. “Maior propensão para cancro, diabetes, obesidade, doenças cardiovasculares, doenças neurodegenerativas e deterioração do sistema imunológico”, avisa.
A favor da mudança joga o argumento da poupança de energia, porque o dia ‘torna-se’ mais longo. Mas a Associação Portuguesa de Sono apresenta a outra face desta moeda. O valor poupado em energia é em muito inferior aos gastos para “tratar os efeitos negativos” da mudança da hora.
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