Ciência explica como funciona a ‘química da felicidade’

A neuropsicóloga Roselene Espírito Santo Wagner explica como endorfina, serotonina, dopamina e ocitocina colocam em funcionamento a ‘química da felicidade’.

Ciência explica como funciona a 'química da felicidade'

Quem nunca se perguntou como chegar à tão sonhada felicidade? Para muitos, isso é quase incalcinável. No entanto, tudo isto é a mais pura e simples química. De acordo com a neuropsicóloga e Roselene Espírito Santos Wagner, a felicidade pode ser produzida pelo nosso cérebro, através de atividades e comportamentos que podem produzir e libertar, neurotransmissores de bem-estar e alegria. Eis como funciona a ‘química da felicidade‘.

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As substâncias da ‘química da felicidade’

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De acordo com Roselene Espírito Santo Wagner, a ‘química da felicidade’ funciona com a conjugação de quatro elementos

1. Endorfina

Funciona como analgésico natural do corpo e leva uma pessoa endorfinada a não sentir dor. Além de ter a função de amenizar a sensação de stresse e ansiedade, possui ainda um efeito euforizante. “É produzida pelas glândulas suprarrenais, libertada na corrente sanguínea por estímulos motores como atividade física, relação sexual e alguns alimentos picantes e ricos em capsaicina, como pimenta-malagueta, pimenta-dedo-de-moça, pimenta-caiena e chili”, diz.

2. Serotonina

É um neurotransmissor que atua no sistema nervoso central e é envolvida na regulação do humor, da ansiedade e do sono. A baixa ou a falta deste neurotransmissor pode levar a pessoa à depressão. Promove também a regulação da pressão arterial, da temperatura corporal e da função intestinal, promove a saúde mental, auxilia na regulação do apetite e diminui a ansiedade.

“Este neurotransmissor é responsável pelos processos motivacionais, envolvimento e prazer na realização, conquistas de objetivos. Existem pelo menos sete alimentos ricos em triptofano, que também podem ajudar a aumentar os níveis de serotonina no cérebro.

“1. Origem animal: queijo, frango, peru, ovos e salmão;
2. Frutas: banana, abacate e abacaxi;
3. Vegetais e tubérculos: couve-flor, brócolis, batata, beterraba e ervilhas;
4. Frutas secas: nozes, amendoim, caju e castanha do Brasil;
5. Soja e derivados;
6. Algas: spirulina e algas marinhas;
7. Cacau e canela”, enumera.

3. Dopamina

Produzida pelas glândulas adrenais, pode atuar como um hormona no organismo, desempenhando um papel importante para a regulação da pressão arterial e podendo afetar outras funções do corpo como a produção de leite materno e o comportamento social.

“A escassez de dopamina no cérebro pode desencadear transtornos do humor, como a depressão e o transtorno obsessivo-compulsivo (TOC)”, assinala.

4. Ocitocina

Produzida pelo hipotálamo e pela glândula pituitária, este neurotransmissor atua na regulação da pressão arterial, na produção de leite materno e no comportamento social. A ocitocina é liberada perante o toque, o contacto físico e até mesmo através da visualização de imagens de cuidados maternais.

“É conhecida como a Hormona do Vínculo e Apego e é importante para formação e manutenção de relacionamentos sociais. Nas relações sexuais, homens libertam dopamina (prazer) e mulheres ocitocina (vínculo). Isto explica-nos muito sobre as diferenças de comportamento”, detalha.

Ativar os 4 F para ser feliz

1. Foco
2. Força
3. Fé e
4. Festa.

Comportamentos para a fantástica neuroquímica deste “quarteto hormonal”

1. Atividade Física;
2. Alimentação equilibrada;
3. Relações saudáveis;
4. Técnicas de relaxamento (ioga, respiração consciente, meditação);
5. Planeamento do futuro;
6. Exercitar comportamento de gratidão e empatia;
7. Relembrar momentos agradáveis;
8. Relações sexuais positivas;
9. Contato com a natureza e
10. Sono de qualidade.

Roselene Espírito Santo Wagner, também conhecida como Dra. Leninha, é Ph.D em Neurociências, Dra em Psicologia, Mestre em Psicanálise e Neuropsicóloga especialista no tratamento de diversos transtornos, além de ser habilitada para aplicação de testes psicométricos reconhecidos mundialmente. Tem participação em diversos programas de rádio e televisão, assim como em sites, jornais e revistas nacionais e internacionais.

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