Protestos contra a violência no Rio voltam ao sambódromo com desfile de escolas
Os protestos contra a violência e a corrupção voltaram ao sambódromo do Rio de Janeiro durante o desfile das escolas vencedoras do carnaval, que este ano decidiram denunciar alguns problemas do país.
Os protestos contra a violência e a corrupção voltaram hoje ao sambódromo do Rio de Janeiro durante o desfile das escolas vencedoras do carnaval, que este ano decidiram denunciar alguns problemas do país.
A escola Beija Flor, vencedora do carnaval do Rio, regressou esta madrugada ao sambódromo com um desfile no qual denuncia a corrupção no país, a intolerância e a violência que se vive no Brasil e no estado.
Essa violência, sentida nas ruas da “cidade maravilhosa” durante a festa mais popular do Brasil, foi o que levou o Governo de Temer a passar, três dias depois do carnaval, o controlo da segurança pública deste Estado para o Governo Federal, que este ano foi marcado por numerosos e graves episódios de violência.
No seu desfile a escola reproduziu cenas grotescas da vida quotidiana de milhões de pessoas: menores vítimas de balas perdidas, país carregando o corpo dos seus filhos feridos e jovens apontando pistolas às cabeças das vítimas.
A escola Paraíso Tuíutí, vice-campeã do carnaval, apresentou um espetáculo em que questionava se a escravatura tinha sido abolida no Brasil.
A Mangueira juntou-se aos protestos e criticou o presidente do município do Rio de Janeiro, o pastor evangélico Marcelo Crivella, que reduziu para metade os subsídios às escolas de samba e não esteve presente nos desfiles por considerar a festa pecaminosa.
Michel Temer passou o controlo da segurança pública do estado do Rio de Janeiro para o Governo Federal até 31 de dezembro de 2018.
Temer também confirmou o General Walter Souza Braga Netto como interventor militar, quem a partir de agora organizará e comandará as forças de segurança no Rio de Janeiro.
O Rio de Janeiro, principalmente a sua capital e região metropolitana, tem sofrido com a escalada do crime desde o final dos Jogos Olímpicos de 2016, com o problema na segurança pública, agravado por uma grave crise económica, que fez com que o Governo local declarasse o estado de emergência financeira e tivesse dificuldade em pagar os salários dos agentes das policias.
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