Países árabes rejeitam sugestão de retirar palestinianos de Gaza feita por Trump

Países árabes rejeitam sugestão de retirar palestinianos de Gaza feita por Trump

Os países árabes, reunidos hoje no Cairo, rejeitaram a sugestão feita pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de retirar os palestinianos de Gaza e deslocá-los no Egito e na Jordânia.

Em comunicado conjunto, após uma reunião de chefes da diplomacia na capital egípcia, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Jordânia e Qatar, juntamente com a Autoridade Palestiniana e a Liga Árabe, refutaram os planos de retirar os palestinianos dos territórios de Gaza e da Cisjordânia, ocupados por Israel.

Esses planos — sustentam — “ameaçam a estabilidade na região, arriscam expandir o conflito e minam as perspetivas de paz e coexistência entre os povos”.

As nações árabes recusaram ainda “a expulsão e demolição de casas, a anexação de terras ou a retirada dos proprietários dessas terras ou a promoção do desenraizamento dos palestinianos, seja de que forma for e em qualquer circunstância ou com qualquer justificação”.

Há uma semana, o Presidente norte-americano apresentou a ideia de deslocar os habitantes da Faixa de Gaza para Jordânia e Egito, com o objetivo de “limpar” o território palestiniano.

Donald Trump comparou a Faixa de Gaza a um “campo de demolição” e foi aplaudido por membros de extrema-direita do Governo israelita.

Os representantes árabes instaram hoje a comunidade internacional a esforçar-se para planificar e executar a “recontrução integral da Faixa de Gaza, o mais rapidamente possível, de maneira a garantir que os palestinianos permaneçam nas suas terras”, sugerindo, em concreto, a realização de uma conferência internacional sob a égide das Nações Unidas, para esse efeito.

Simultaneamente, exigiram a retirada “total” das forças israelitas do território palestiniano, de modo a permitir que as autoridades locais assumam funções.

Quinze meses de guerra entre o Hamas e Israel na Faixa de Gaza provocaram mais de 47 mil mortos e um elevado nível de destruição de infraestruturas no território controlado pelo grupo extremista palestiniano Hamas desde 2007.

A ofensiva israelita foi desencadeada por um ataque do Hamas contra Israel, em 07 de outubro de 2023, que fez cerca de 1.200 mortos e 250 reféns.

Os combates cessaram em 19 de janeiro, véspera da posse de Trump como Presidente dos Estados Unidos, no âmbito de um acordo de cessar-fogo negociado por vários mediadores, incluindo Qatar e Egito.

Desde que entrou em vigor, a trégua tem permitido a troca de reféns israelitas por prisioneiros palestinianos e o reforço da ajuda humanitária em Gaza.

SBR (HB/JSD) // JMC

By Impala News / Lusa

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