Mais de 51 mil mulheres mortas por familiares ou parceiros num ano
Mulheres e meninas de África, Ásia e Américas correm maior risco de violência de género, de acordo com dados revelados no Dia Internacional da ONU para a Eliminação da Violência contra as Mulheres.
Assinalou-se nesta segunda-feira, 25 de novembro, o Dia Internacional da ONU para a Eliminação da Violência contra as Mulheres e os dados divulgados pela instituição são preocupantes. Estima-se que 51.100 mulheres e meninas foram mortas por familiares ou parceiros íntimos em todo o mundo em 2023, de acordo com um novo relatório publicado pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC).
Cerca de 140 mulheres mortas por parente ou companheiro em cada dia
Sexo feminino é o maior alvo de homicídio por parceiro íntimo ou familiar
Os dados equivalem a uma média de 140 mulheres ou meninas mortas por um parente a cada dia no ano passado. Embora muito mais indivíduos do sexo masculino sejam mortos em homicídios em todo o mundo (80% das vítimas de homicídio eram homens em 2023), o sexo feminino é o maior alvo de homicídio por parceiro íntimo ou familiar.
O gráfico abaixo, que tem por base estimativas da ONU, revela que a violência de género ocorre em todas as regiões do mundo. Em 2023, África foi a região com o maior número de feminicídios de parceiros íntimos ou familiares, com 21.700 casos. O género feminino na região também enfrentou o maior risco de feminicídio – 2,9 mulheres ou meninas forma mortas por um membro da família ou parceiro íntimo por 100 mil mulheres da população.
África, Ásia e Américas correm maior risco de violência de género
Números divulgados são estimativas. Disponibilidade de dados – ou seja, o número de países que relatam dados sobre assassinato de de género por parceiros íntimos ou familiares – caiu para metade
Em termos de números absolutos, a Ásia ficou em segundo lugar, com 18.500 indivíduos do género feminino mortos naquele ano, enquanto as Américas tiveram o segundo maior risco relativo, com 1,6 mortas por 100 mil mulheres da população.
Investigadores da ONU observam, no entanto, que estes números são estimativas e que a disponibilidade de dados, ou seja, o número de países que relatam dados sobre assassinato de de género por parceiros íntimos ou familiares, caiu para metade entre 2020 e 2023.
O que são assassinatos relacionados com o género
A ONU define assassinatos relacionados com o género como “assassinatos intencionais cometidos com base em fatores relacionados ao género”. Com base nisto, “pode incluir-se ideologia do direito e privilégio dos homens sobre as mulheres, normas sociais relacionadas com masculinidade e necessidade de afirmar o controlo ou poder masculino, impor papéis de género ou prevenir, desencorajar ou punir o que é considerado comportamento feminino inaceitável”.
Embora as mulheres tenham muito menos probabilidade de se tornarem vítimas de homicídio do que os homens, na verdade são desproporcionalmente afetadas pela violência (mortal) na esfera privada. Embora 80% das vítimas de homicídio sejam masculinas, os homens raramente são mortos por alguém próximo. As mulheres, por outro lado, têm mais probabilidade de serem assassinadas por parceiros ou outros membros da família, com estes homicídios a responderem por 60% dos homicídios femininos globalmente, em 2023.
