Mais de 300 portugueses candidatam-se a astronautas da Agência Espacial Europeia
Ao todo, 321 portugueses, mais homens do que mulheres, candidataram-se a uma das 26 vagas para novos astronautas da Agência Espacial Europeia (ESA), incluindo quatro homens com alguma deficiência física, foi hoje anunciado.
Ao todo, 321 portugueses, mais homens do que mulheres, candidataram-se a uma das 26 vagas para novos astronautas da Agência Espacial Europeia (ESA), incluindo quatro homens com alguma deficiência física, foi hoje anunciado.
De acordo com a ESA, que hoje divulgou os números provisórios do número de candidatos da nova campanha de recrutamento de astronautas, por Portugal concorreram 260 homens, incluindo quatro com alguma deficiência física, e 61 mulheres.
O processo de candidaturas foi aberto em 31 de março e terminou na sexta-feira passada, 18 de junho. Estão abertas vagas para quatro a seis astronautas permanentes e para 20 astronautas de reserva, incluindo pela primeira vez um astronauta com alguma deficiência física (que pode ser uma altura inferior a 1,30 metros, uma ou duas próteses abaixo do joelho ou ao nível do tornozelo e dismetria, diferença de comprimento entre pernas).
Ao todo, candidataram-se 22.846 pessoas de 25 países europeus elegíveis, incluindo 257 com alguma deficiência física. Do total de candidatos, 17.367 são homens e 5.479 são mulheres.
Desde 2008 que a ESA, da qual Portugal é Estado-membro desde 2000, não recrutava astronautas. A agência fê-lo agora a pensar em futuras missões à Lua ou mesmo a Marte e tendo em vista aumentar o número de mulheres no espaço.
Atualmente, a única mulher do corpo ativo de sete astronautas da ESA é a italiana Samantha Cristoforetti, a primeira pessoa que fez um café expresso na Estação Espacial Internacional (EEI), na órbita da Terra, e que em 2022 se tornará na primeira europeia a comandar a EEI.
No recrutamento anterior da ESA, de 2008, apresentaram-se 8.413 candidatos (7.043 homens e 1.287 mulheres), dos quais 210 portugueses (192 homens e 28 mulheres).
“Quando comparados com os valores de 2008, vemos que Portugal teve um acréscimo de mais de 50% no número de candidatos, o que é significativo, mas talvez o mais importante a reter seja o facto do número de mulheres portuguesas que querem ser astronautas ter duplicado, o que nos deixa muito satisfeitos”, congratulou-se Hugo Costa, membro da direção da agência espacial portuguesa Portugal Space, citado em comunicado pela entidade.
Segundo Hugo Costa, o aumento do número de candidatos portugueses é o “resultado do crescimento das atividades espaciais em Portugal, o que aumenta a atração pelo setor”, mas também é o “reflexo da excelente qualidade dos recursos humanos que saem das universidades nacionais à procura de desafios realmente extraordinários e que são, sem dúvida, um alento para o futuro do espaço em Portugal”.
França, Alemanha e Itália são os três países com mais candidatos, Portugal é 11.º país, entre 22 Estados-membros e três Estados-associados da ESA.
Depois de validadas as candidaturas, seguir-se-á a seleção dos candidatos, um processo exigente de várias etapas, com testes técnicos, cognitivos, de coordenação motora e de personalidade, exercícios individuais e em grupo, provas médicas e entrevistas, que só deverá ficar concluído em outubro de 2022.
O novo processo prevê a seleção de quatro a seis pessoas para a equipa permanente de astronautas da ESA e um máximo de 20 pessoas para fazerem parte de uma reserva, incluindo um ‘parastronauta’.
Com o programa ‘Parastronauta’, a ESA pretende estudar as condições e tecnologias que garantem missões seguras também a pessoas com deficiência.
Aos quatro a seis candidatos recrutados, que ingressam na ESA como astronautas de carreira, será proposto um contrato de trabalho com a duração inicial de quatro anos.
Pela primeira vez, a ESA vai estabelecer uma reserva de astronautas, composta por candidatos que não foram recrutados mas que foram igualmente bem-sucedidos em todo o processo de seleção.
Apesar de não terem um contrato de trabalho com a ESA, podem ser convocados para missões espaciais específicas, pelo que mantêm um certificado médico anual e beneficiam de treinos sobre os programas da agência.
Atualmente, o corpo ativo de astronautas da ESA é formado por sete astronautas – de Itália (2), Alemanha (2), Reino Unido (1), Dinamarca (1) e França (1).
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