Madureira e mais três arguidos expulsos de sócio do FC Porto
A decisão de expulsar Fernando Madureira foi proferida mais de três meses depois de a direção ‘azul e branca’, liderada por André Villas-Boas, ter participado formalmente dos sócios acusados naquele processo judicial, com vista à instauração de processos disciplinares por parte do órgão presidido por Angelino Ferreira, na sequência dos incidentes e agressões verificados durante uma Assembleia Geral (AG) extraordinária do clube, em 13 de novembro de 2023.
Fernando Madureira, ex-líder dos Super Dragões, é o único arguido em prisão preventiva na designada Operação Pretoriano, cuja acusação do Ministério Público (MP) denuncia uma eventual tentativa daquela claque afeta ao FC Porto em “criar um clima de intimidação e medo” numa reunião magna ‘azul e branca’ para que fosse aprovada uma revisão estatutária “do interesse da direção” do clube, então liderado por Pinto da Costa.
Além de Fernando Madureira, foram expulsos do FC Porto Sandra Madureira, sua esposa e antiga vice-presidente dos Super Dragões, Vítor Catão, adepto do clube e antigo presidente do São Pedro da Cova, que está em prisão domiciliária com vigilância eletrónica, e Vítor Oliveira.
Já Carlos Nunes, outro dos arguidos da Operação Pretoriano, foi suspenso por 12 meses, recebendo o dobro da pena aplicada a Fernando Saul, ex-oficial de ligação aos adeptos do FC Porto e também envolvido na acusação, José Dias, Paulo Moura, Manuel Barros e Sérgio Ferreira.
De acordo com os estatutos do clube, os sócios visados dispõem agora de 30 dias para recorrerem do parecer do CFD em sede de AG, que poderá ter efeito devolutivo, se for agendada com caráter ordinário, ou suspensivo, caso aconteça de forma extraordinária.
A fase de instrução da Operação Pretoriano começou em 28 de outubro, no Tribunal de Instrução Criminal (TIC) do Porto, que terá de decidir se o processo segue e em que moldes para julgamento até 7 de dezembro, quando se completarem 10 meses desde a aplicação do regime de prisão preventiva a Fernando Madureira.
Em causa estão 19 crimes de coação e ameaça agravada, sete de ofensa à integridade física no âmbito de espetáculo desportivo, um de instigação pública a um crime, outro de arremesso de objetos ou produtos líquidos e três de atentado à liberdade de informação.
Hugo Carneiro, igualmente com ligações aos Super Dragões, também está acusado de detenção de arma proibida, sendo que o MP requer penas acessórias de interdição de acesso a recintos desportivos para os arguidos entre um e cinco anos.
O FC Porto e a SAD gestora do futebol profissional ‘azul e branco’ constituíram-se assistentes da Operação Pretoriano, que foi desencadeada em 31 de janeiro, no âmbito da investigação aos desacatos observados na AG extraordinária do clube, tendo resultado na detenção de 12 pessoas.
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