Tudo o que se sabe sobre a detenção de João Rendeiro e o que se segue agora
Detido na África do Sul, na sequência de ação da Polícia Judiciária com as autoridades sul-africanas, João Rendeiro tinha na verdade os passos controlados. Afinal, como foi a operação e o que acontece agora?
João Rendeiro foi detido num hotel de luxo na cidade de Durban, na África do Sul. O banqueiro tinha há muito os passos controlados pela Polícia Judiciária (PJ). Apesar das manobras que tentou para despistar a Polícia, foi apanhado, com a colaboração das autoridades sul-africanas. E agora, o que se segue?
Os 11 momentos que definem a fuga, a detenção e o que vai acontecer agora a João rendeiro
1 – João Rendeiro foi detido às 07h00 de hoje, 11 de dezembro, na África do Sul, ao abrigo dos mandados internacionais emitidos pelas autoridades judiciais portuguesas.
2 – O antigo presidente do BPP foi detido no hotel de luxo Forest Boutique Guest House, em Durban, cidade portuária situada na costa leste sul-africana.
3 – A detenção teve a cooperação internacional das polícias da África do Sul, da Interpol e do Serviço de Investigação Criminal de Angola, que há meses acedeu a um pedido da PJ que estabeleceu contacto direto com as autoridades sul-africanas.
4 – Em 14 de setembro, João Rendeiro saiu do Reino Unido e a PJ acompanhou-lhe os passos até à África do Sul. Foi constituída uma equipa que, diariamente, vigiou e reportou as rotinas do banqueiro.
5 – Entrou na África do Sul em 18 de setembro. A PJ solicitou a colaboração sul-africana e, entre 20 e 24 de novembro, reuniu-se com altos dirigentes policiais do país para expor a gravidade dos crimes cometidos pelo fugitivo e recebeu de imediato a colaboração necessária.
6 – João Rendeiro reagiu à detenção com surpresa. Não andava disfarçado, mas era cuidadoso e circulava de forma cautelosa.
7 – Desconhece-se se João Rendeiro tem dupla nacionalidade, mas a PJ sabe que tem autorização de residência, emitida em 10 de novembro, como cidadão sul-africano.
8 – A escolha de refugiar-se na África do Sul terá surgido depois de ter conseguido apoio pessoal. Alguém o recebeu e ajudou-o a esconder-se num primeiro momento.
9 – Rendeiro foi sempre muito minucioso e terá usado, de acordo com a investigação, formas tecnológicas muito avançadas para poder continuar a comunicar-se de forma indetatável – sendo o exemplo mais claro a entrevista concedida à CNN Portugal, cuja ligação decorreu de forma encriptada.
10 – O momento em que Rendeiro será extraditado para o nosso país depende agora apenas formalismos entre autoridades judiciais sul-africanas e portuguesas.
11 – Depois de estar em território nacional, o antigo banqueiro será presente às autoridades, que decidirão muito provavelmente decretar-lhe prisão preventiva, fruto do perigo de fuga evidente.
Luís Martins
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