Uma mulher diz ter ficado com a vida destruída aos 27 anos após um parto que alega ter corrido mal no Hospital Padre Américo, em Penafiel. Na altura, para retirarem o bebé com mais facilidade, os médicos submeteram-na a uma episiotomia, que consiste numa incisão entre a região vaginal e o ânus. Apesar de ser relativamente comum, é necessária a autorização por parte da paciente. Como dá conta o Correio da Manhã, o caso teve lugar em 13 de abril de 2005, mas a situação arrastou-se nos últimos 17 anos.

Após a episiotomia, e já na fase de recuperação, houve necessidade de reconstrução vaginal de forma a tratar os danos do parto. A partir daí, terá ficado com uma dor pélvica crónica, que a impedem de ter relações sexuais, incontinência de fezes. Não obstante, rejeitou o bebé durante cerca de nove meses porque lhe atribuía a culpa de tudo o que de mal se estava a passar na sua vida, acrescenta o mesmo jornal. A mulher processou o hospital e o tribunal de primeira instância deu-lhe razão e condenou a instituição ao pagamento de uma indemnização de 60 mil euros.

Marido pediu divórcio

No entanto, um recurso acabou por anular esta sentença e deixou tudo na mesma. A mulher recorreu desta decisão e levou o caso ao Supremo Tribunal Administrativo. Agora, esta instância confirmou a absolvição do hospital. A vítima alega que não autorizou nem foi informada sobre a episiotomia e que pediu que o parto fosse feito com epidural, mas tal não aconteceu. Depois de todo o processo, e muito porque deixou de conseguir ter relações sexuais, o marido pediu o divórcio. Perante a decisão do Supremo, a mulher fica sem opção que não aceitar o encerramento do caso.

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