Eleição dos EUA “altamente relevante” para aliados da NATO

As presidenciais norte-americanas de 05 de novembro serão “altamente relevantes” para os aliados da NATO e observadas de perto durante a Cimeira da próxima semana em Washington, indicaram analistas do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS).

Eleição dos EUA

Numa antecipação da Cimeira, que decorrerá de 09 a 11 de julho na capital norte-americana e em que se assinalarão os 75 anos da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), os analistas do ‘think tank’ norte-americano observaram que além de os Estados Unidos serem um dos membros fundadores e terem o maior exército da aliança, também as diferenças entre os dois candidatos presidenciais – Joe Biden e Donald Trump – pesam no momento de olhar para o sufrágio.

Quando assumiu a Casa Branca, em 2021, o atual Presidente, o democrata Joe Biden, declarou que as alianças da América são o seu “maior ativo”. 

Desde então, Washington tem liderado o apoio à Ucrânia após a invasão russa, juntamente com os aliados europeus.

Por outro lado, o ex-presidente e potencial candidato republicano à Casa Branca, Donald Trump, causou polémica ao encorajar a Rússia “a fazer o que raio quiser” com aliados da NATO que não cumprissem as diretrizes de gastos com Defesa, declarações que causaram preocupação generalizada na Europa sobre as políticas direcionadas para a aliança em caso de um segundo mandato de Trump. 

“Essa preocupação prevalece, apesar dos aumentos significativos nos gastos com Defesa por aliados europeus nos últimos anos — o nível médio de gastos entre aliados não americanos agora é superior a 2% do seu Produto Interno Bruno (PIB) combinado e está a aumentar ainda mais —, que foi a principal crítica de Trump à NATO”, apontaram os analistas do CSIS.

Poucos dias após a conclusão da Cimeira, Donald Trump será o centro das atenções na Convenção Nacional Republicana, de 15 a 18 de julho em Milwaukee, no estado do Wisconsin, e onde deverá ser oficializado como o candidato presidencial do Partido às eleições.

E essa possibilidade ganha cada vez mais força, especialmente depois da recente decisão do Supremo Tribunal do país, que concedeu imunidade presidencial parcial a Trump – atrasando os seus julgamentos criminais, possivelmente para depois das eleições.

Na semana passada, durante um polémico debate com Joe Biden, Trump voltou a prometer “resolver” a guerra da Rússia na Ucrânia – uma das maiores prioridades da NATO – antes mesmo de assumir o cargo, com Joe Biden a alertar que se alcançar as suas pretensões o homólogo russo, Vladimir Putin, não ficará por Kiev.

Naquele que foi o primeiro debate presidencial de 2024 – e em que o atual Presidente foi o grande derrotado da noite -, Trump atacou Biden por dar à Ucrânia centenas de milhares de milhões de dólares e insistiu que seria capaz de acabar com a guerra da Rússia, apesar de não explicar como o faria.

O magnata republicano afirmou ainda que Putin o respeita, apesar de admitir que os termos que o Presidente russo apresentou para acabar com a guerra da Rússia na Ucrânia “não são aceitáveis”.

Putin disse que a Rússia só acabaria a sua guerra na Ucrânia se Kiev entregasse a totalidade das quatro regiões ocupadas por Moscovo e abandonasse a sua tentativa de ingressar na NATO. 

“Esta é uma guerra que nunca deveria ter começado. Se tivéssemos um líder nesta guerra… Ele (Biden) deu 200 mil milhões de dólares ou mais agora à Ucrânia, deu 200 mil milhões de dólares. É muito dinheiro. Acho que nunca houve algo parecido”, disse Trump.

No entanto, Joe Biden alertou que Putin não se limitará à Ucrânia.

“O facto é que Putin é um criminoso de guerra”, afirmou o democrata.

“Ele (Putin) quer toda a Ucrânia. É isso que ele quer. E então você acha que ele vai parar por aí? Você acha que ele vai parar quando, se ele tomar a Ucrânia? (…) O que você acha que acontecerá com países da NATO?”, questionou o democrata, evidenciando as diferenças entre os dois candidatos.

 

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By Impala News / Lusa

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