Carlos Cruz vai pedir revisão de sentença do processo Casa Pia [vídeos]

O advogado de Carlos Cruz vai avançar com um pedido de revisão de sentença do processo Casa Pia, após o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos ter dado razão parcial a uma queixa do ex-apresentador de televisão.

Carlos Cruz vai pedir revisão de sentença do processo Casa Pia [vídeos]

«A confirmar-se o trânsito em julgado do acórdão do TEDH, naturalmente que avançarei em nome de Carlos Cruz com um pedido de revisão de sentença do processo da Casa Pia», disse Ricardo Sá Fernandes, após o Estado ter anunciado não recorrer para o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos da decisão que deu razão a Carlos Cruz na parte de uma queixa que este tinha apresentado referente à recusa de provas submetidas pela defesa no processo.

Veja no final da notícia a Grande Reportagem WIN sobre Carlos Cruz e o processo Casa Pia

O advogado adiantou que nos próximos dias comunicará os prazos e os termos em que o recurso será apresentado. Hoje terminava o prazo para o Estado português recorrer do acórdão do Tribunal Europeu que, por quatro votos a favor e três contra, deu razão a Carlos Cruz quanto à recusa do Tribunal da Relação de Lisboa em admitir provas a favor do arguido em sede de recurso. A deliberação do TEDH surgiu mais de sete anos depois de Carlos Cruz ter sido condenado por abuso sexual de menores. Carlos Cruz cumpriu dois terços da pena de seis anos de cadeia e saiu em liberdade em julho de 2016.

Veja a seguir a Grande Reportagem WIN sobre o Processo Casa Pia

CASA PIA – «E Agora?» [Grande Reportagem, 1.ª Parte]

A 26 de junho, o Tribunal Europeu dos Direitos do Homem (TEDH) deu em parte razão ao apresentador Carlos Cruz. Para os juízes daquela instância supranacional, a aplicação da Justiça no processo Casa Pia falhou. O TEDH concluiu que o Tribunal da Relação de Lisboa devia ter aceitado as novas provas apresentadas por Carlos Cruz no recurso. O que não aconteceu.

Reportagem: Luís Martins | Edição: Shauna Ashley
CASA PIA – «E Agora?» [Grande Reportagem, 2.ª Parte]

A 28 de novembro de 2002, cinco dias depois da prisão de Carlos Silvino e dois após as aparições de Felícia Cabrita e Teresa Costa Macedo no programa da SIC Hora Extra, a revista Visão trazia na capa o título «Os ballets da Casa Pia, as histórias por dentro o escândalo de pedofilia que abalou o País». No interior, em entrevista, Pedro Strecht afirmava que a situação era «assustadora» e que «estas redes envolvem pessoas com muita influência social, política e económica».

O pedopsiquiatra que refere «centenas de vítimas» e que defende que «as crianças não mentem» seguia há anos as principais do grupo de dez assistentes que viriam a acusar arguidos e suspeitos famosos ou políticos deste megaprocesso.

Reportagem: Luís Martins | Edição: Shauna Ashley
CASA PIA – «E Agora?» [Grande Reportagem, 3.ª Parte]

No seio da investigação sobre a Casa Pia, as opiniões dividem-se. A direção da Polícia Judiciária questiona os métodos de uma investigação baseada em testemunhos cuja credibilidade é posta em causa. No final de janeiro de 2003, Catalina Pestana dá os primeiros passos como provedora da Casa Pia. Em audiência na Assembleia da República, a 29 desse mês, é peremptória.

«Estão a lançar junto dos miúdos nomes falsos, com algumas ‘notazitas’ à mistura. Não são precisas muitas…» Ainda assim, apenas dois dias após estas declarações, as detenções do médico Ferreira Diniz e, principalmente, do apresentador Carlos Cruz ‘colam’ os portugueses à televisão. Sabe-se hoje que estas detenções se devem exclusivamente aos depoimentos das primeiras testemunhas, como o comprova um memorando da direção da PJ enviado ao PGR.

Reportagem: Luís Martins | Edição: Shauna Ashley
CASA PIA – «E Agora?» [Grande Reportagem, 4.ª Parte]

No verão de 2004, vieram a público gravações de conversas mantidas entre um jornalista e várias fontes ligadas ao Processo. Estas escutas são demonstrativas das manipulações existentes nos bastidores de um processo que se encontrava em em segredo de Justiça.

O caso de Herman José será talvez um dos mais reveladores. Acusado de abuso sexual a um aluno da Casa Pia na noite de Carnaval, Herman foi intimado a comparecer em tribunal como arguido em maio de 2003.

Reportagem: Luís Martins | Edição: Shauna Ashley
CASA PIA – «E Agora?» [Grande Reportagem, 5.ª e Última Parte]

Três conclusões podem ser retiradas da análise ao relatório de chamadas feitos aos telemóveis das alegadas vítimas e dos arguidos. A primeira é a de que os arguidos nunca contactaram entre si por telefone. A segunda conclusão que ressalta é a de que os arguidos nunca tiveram contactos com as supostas vítimas.

E a terceira, e última conclusão, é a de que as declaradas vítimas têm muitos contactos entre elas e muitos contactos com outras pessoas que nunca foram investigadas no âmbito deste processo. Quando a existência deste relatório foi divulgada, o Procurador do Ministério Público João Guerra explicou a sua não inclusão no processo por se tratar de uma «não-prova».

Reportagem: Luís Martins | Edição: Shauna Ashley

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