Defesa de João Rendeiro pede fiança de 2 mil euros

O antigo banqueiro João Rendeiro disse hoje que não está a desafiar a justiça portuguesa ao dizer que não vai voltar para Portugal.

Defesa de João Rendeiro pede fiança de 2 mil euros

O antigo banqueiro João Rendeiro disse nesta quarta-feira que não está a desafiar a justiça portuguesa ao dizer que não vai voltar para Portugal. “Não, não”, respondeu aos jornalistas que o questionaram à saída da esquadra de polícia de Verulam, nos arredores de Durban. Questionado sobre se acha que vai ficar na África do Sul, João Rendeiro respondeu em duas palavras: “Vamos ver”.

A sessão arrancou com ordem do juiz para os jornalistas e câmaras de televisão abandonarem a sala. Os advogados alegam que há documentos confidenciais que vão ser apresentados, avança a CNN Portugal. Também a sala de audiências é muito pequena e, dadas as regras sanitárias para conter a pandemia de covid-19, tem lotação limitada. De acordo com o Correio da Manhã, a defesa contesta os dois mandados de detenção por falta de assinaturas e pede que seja invalidada a busca, em que foram apreendidos três iPad e quatro telemóveis sem ordem judicial.

“Li na comunicação social que tenho recursos financeiros ilimitados, mas os meus bens estão arrestados em Portugal, vivo com poucos recursos. Tenho uma conta nos Estados Unidos e outra em África. Tenho uma VPN [rede privada virtual] que custa 10 euros”, alegou Rendeiro que diz estar preso por “pressão jornalística”. A defesa, que está a ser feita na primeira pessoa, mas lida pelo advogado acusa também a PJ portuguesa de “sensacionalismo” e diz que o ex-banqueiro foi ameaçado na prisão. A defesa de Rendeiro propõe fiança de dois mil euros e apresentações periódicas.

Tribunal sem eletricidade obriga a adiamento

A manhã de hoje tem sido feita a passo de corrida: depois de chegar ao tribunal de Verulam, onde não há eletricidade, João Rendeiro foi levado para a esquadra, a poucos quilómetros, para cumprir formalidades. O ex banqueiro do BPP passou junto aos jornalistas e seguiu depois para outro edifício judicial, um tribunal de família, do outro lado da rua do edifício principal, mas onde há eletricidade. É numa sala deste edifício, visivelmente mais recente e com equipamento mais moderno, que deverá decorrer a audição marcada para hoje.

Rendeiro vai alegar detenção ilegal

João Rendeiro vai alegar detenção ilegal e já prepara recurso. Ao JN, June Marks, advogada do ex-banqueiro, disse que houve ilegalidades e que vai alegar que a detenção do antigo presidente do BPP (Banco Privado Português) foi ilícita e que ele tem todo o direito de abandonar a cadeia. Mas adiantou que já está a preparar um recurso se o juiz decidir mantê-lo preso.

 

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