WWF Portugal alerta para implicações em Portugal da caça ao lobo em Espanha

Caça ao lobo a norte do rio Douro “terá implicação em território nacional”. “Se em Espanha os lobos forem abatidos, a sua população diminuirá e isso afetará inevitavelmente […] Portugal”, alerta a diretora executiva da WWF Portugal, Ângela Morgado.

WWF Portugal alerta para implicações em Portugal da caça ao lobo em Espanha

O lobo voltará a poder ser caçado em Espanha, ao norte do rio Douro, na sequência de uma proposta aprovada em 20 de março no plenário do parlamento espanhol por quatro partidos de direita. Apesar de a medida dizer politicamente respeito ao território vizinho, “na prática, em Portugal haverá afetação direta no ecossistema dos lobos”, alerta a diretora Executiva da WWF Portugal.

A decisão de abrir a caça a esta espécie “com a justificação de que estes animais causam desperdício alimentar” é, antes de mais, “cientificamente errada”. A caça ao lobo a norte do rio Douro “terá implicação em território nacional [porque] se em Espanha os lobos forem abatidos, a sua população diminuirá e isso afetará inevitavelmente a espécie também em Portugal”. No caso de “espécies transfronteiriças, como o lobo-ibérico, não há fronteiras políticas que impeçam os impactos negativos”.

“Reduzir a proteção do lobo é um erro. A Natureza e a biodiversidade precisam de ser defendidas, não enfraquecidas”

A WWF Portugal critica ainda a pressão para desproteger a espécie, materializada pela União Europeia nos últimos dois anos. “Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, fez história – mas não pelos melhores motivos – ao ser a primeira líder da Comissão a propor a redução do estatuto de proteção de uma espécie. Agora, o próximo passo parece ser o enfraquecimento da Diretiva Habitats, legislação europeia que protege espécies ameaçadas e os seus habitats naturais, garantindo que não sejam destruídos ou explorados de forma insustentável.”

Ângela Morgado considera portanto que “reduzir a proteção do lobo é um erro”. “A Natureza e a biodiversidade precisam de ser defendidas, não enfraquecidas. Ao contrário do que alguns querem fazer crer, o lobo não é o vilão da história e desprotegê-lo não resolve os problemas socioeconómicos da Agricultura ou das comunidades rurais”, aponta a diretora executiva da WWF Portugal no artigo de opinião que assina semanalmente no Portal de Notícias.

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