Venezuela: Milhares mobilizam-se em Espanha convocados pela oposição

Milhares de venezuelanos concentraram-se hoje em Madrid e outras cidades espanholas convocadas pela oposição do seu país numa jornada eleitoral decisiva “pela liberdade” em que o líder da oposição, Edmundo González Urrutia, surgiu como favorito nas sondagens.

Venezuela: Milhares mobilizam-se em Espanha convocados pela oposição

A concentração de Madrid, a mais numerosa, decorreu sem incidentes na emblemática praça de Colón, onde em ambiente festivo os manifestantes ecoaram palavras de ordem como “Venezuela, liberdade”, “Vemo-nos em casa” ou “Maldito seja o soldado que aponte a sua arma contra o povo”.

Entre as mais de 400.000 pessoas nascidas na Venezuela e maiores de idade que vivem em Espanha, apenas 24.770 conseguiram inscrever-se para votar devido a diversas questões burocráticas.

As autoridades venezuelanas disponibilizaram 46 assembleias de voto em Madrid, Barcelona e Tenerife, entre outras cidades, para o exercício do voto, indica a agência noticiosa Efe.

Em Madrid, a delegação do Governo referiu-se a 9.000 pessoas presentes na concentração, a mais numerosa de todo o país. Entre os diversos políticos espanhóis presentes destacou-se Miguel Ángel Tellado, porta-voz parlamentar do Partido Popular (direita, na oposição), que se referiu a uma “maré humana de venezuelanos que pretendem a mudança”.

“Quero dizer aos venezuelanos que não estão sós, que nesta luta pela democracia e a liberdade estão acompanhados por toda a comunidade internacional”, assinalou.

Tellado também denunciou a decisão de Caracas de impedir a entrada na Venezuela de uma delegação do PP e insistiu em acusar os socialistas espanhóis, em particular o ex-primeiro-ministro José Luis Rodríguez Zapatero, membro de um grupo de observadores internacionais.

Na concentração também estiveram presentes Jorge Martín Frias, eurodeputado do Vox (extrema-direita), que em declarações aos ‘media’ afirmou que “hoje abra-se uma nova etapa na Venezuela apesar da fraude organizada por Maduro”, numa referência ao atual Presidente Nicolás Maduro que tenta um terceiro mandato.

Também marcaram presença o ex-presidente mexicano Felipe Calderón e Lilian Tintori, empresária e mulher do opositor venezuelano Leopoldo López.

Cerca de 21 dos 30 milhões de venezuelanos são chamados às urnas para escolher entre 10 candidatos, mas a disputa presidencial será entre dois nomes: o atual Presidente Nicolás Maduro (Partido Socialista Unido da Venezuela), herdeiro do antigo líder Hugo Chávez e que procura conquistar um terceiro mandato consecutivo de seis anos, e Edmundo Gonzalez Urrutia (Plataforma Unitária Democrática), um diplomata reformado que substituiu na corrida eleitoral a carismática líder da oposição Maria Corina Machado, declarada inelegível pelas autoridades de Caracas.

Na reta final da campanha, Maduro considerou que uma vitória da oposição poderia originar “um banho de sangue”, enquanto a coligação opositora prometeu lutar “até ao fim”.

As sondagens mostram que a oposição está à frente nas intenções de voto, mas alguns observadores acreditam que a luta entre Maduro, 61 anos, e Gonzalez Urrutia, 74 anos, é muito mais renhida do que as estimativas sugerem.

Mergulhado numa crise económica sem precedentes, sete milhões de venezuelanos fugiram do país, que conta com uma significativa comunidade de portugueses e de lusodescendentes.

A maioria da população do país vive com alguns dólares por mês e os sistemas de saúde e de educação estão completamente degradados.

PCR // APN

By Impala News / Lusa

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