Tribunal Provincial de Madrid ordena delimitação de processo contra mulher de Sánchez

O Tribunal Provincial de Madrid ordenou hoje ao juiz que delimitasse a investigação que dirige contra Begoña Gomez, mulher do primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, por alegados crimes de tráfico de influências e corrupção.

Tribunal Provincial de Madrid ordena delimitação de processo contra mulher de Sánchez

Aquele tribunal superior ordenou igualmente ao juiz encarregado do caso, Juan Carlos Peinado, que retirasse do processo algumas questões sobre as quais já considerou não existirem provas.

A Secção 23 do tribunal deu provimento parcial ao recurso interposto pelo Ministério Público e instou o juiz que preside ao 41.º Tribunal de Instrução de Madrid a delimitar a sua investigação e a rejeitar, entre outras questões, o alegado papel que as acusações atribuíam a Begoña Gómez relativamente ao grupo empresarial Globalia e ao resgate público da Air Europa, em 2020, e continuar apenas a investigar a cátedra da Universidade Complutense de Madrid (UCM) e os contratos que estão sob suspeita.

Tudo isto, “desde que não surjam factos verdadeiramente novos de conteúdo incriminatório e que sejam apreciados numa resolução judicial fundamentada”, segundo o despacho emitido no final da audiência, no qual se decretou que “não há margem para concordar com o arquivamento [do caso] solicitado” por Begoña Gómez.

O Ministério Público pediu para delimitar a investigação aos termos sobre os quais o Tribunal Provincial de Madrid se pronunciou em maio, quando aprovou a investigação de vários contratos públicos adjudicados ao empresário Juan Carlos Barrabés, embora tenha especificado que alguns deles já estão nas mãos da Procuradoria Europeia.

O Tribunal Provincial acedeu ao pedido do Ministério Público, cujo recurso solicitava que fosse especificado o objeto do processo, considerando que o juiz estava a conduzir um “processo geral”.

Estava previsto que o Tribunal Provincial se reunisse a 30 de setembro, mas, nesse dia, os magistrados deram-se conta de que lhes faltava o recurso de Begoña Gomez, pelo que suspenderam a deliberação.

Embora se esperasse que as discussões só fossem retomadas dentro de “três ou quatro semanas”, acabaram por deliberar hoje, depois de terem recebido do tribunal o ‘dossier’ completo do processo.

Além de analisarem o recurso do Ministério Público, os magistrados deliberaram também sobre o recurso da defesa de Gómez – liderada pelo ex-ministro socialista Antonio Camacho – que pedia o arquivamento do processo argumentando que o juiz Peinado estava a realizar uma “investigação universal”.

A defesa baseou-se no despacho em que o juiz assinalou que estava a investigar tudo o que Begoña Gómez tinha feito desde que o marido se tornara primeiro-ministro de Espanha, com a única restrição de esses factos estarem incluídos na queixa inicial de ‘Manos Limpias’ e serem da competência exclusiva da Procuradoria Europeia. Os magistrados rejeitaram o recurso.

Recorde-se que, além do que foi hoje resolvido pelo Tribunal Provincial, o juiz tem em cima da mesa uma nova queixa, na qual a mulher de Sánchez é acusada de se apoderar de um ‘software’ desenvolvido pela UCM.

ANC // SCA

By Impala News / Lusa

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