Transparência divide PS, Sousa Pinto ataca e Isabel Moreira admite votar contra
O pacote da transparência abriu divisões, em público, no grupo parlamentar do PS, com críticas severas às leis apresentadas, a ponto de a deputada Isabel Moreira admitir que, se não forem alteradas as leis, vota contra.
O pacote da transparência abriu hoje divisões, em público, no grupo parlamentar do PS, com críticas severas às leis apresentadas, a ponto de a deputada Isabel Moreira admitir que, se não forem alteradas as leis, vota contra.
Já na fase final do debate sobre a transparência na política, nas jornadas parlamentares, que hoje terminam em Coimbra, que três deputados criticaram abertamente a proposta — Sérgio Sousa Pinto, Isabel Moreira e, antes, Ascenso Simões, que criticou a urgência na discussão das leis.
Sérgio Sousa Pinto, deputado aos 23 anos num parlamento onde havia deputados com muitas profissões, questionou quem aceitará, no futuro, ser deputado com as condições que leis como o pacote da transparência agora aprova.
Com este tipo de leis, avisou, deputados e políticos têm a sua vida “invadida” no escrutínio de tudo o que fazem e há riscos grandes, na opinião do ex-líder da JS, de se criar uma classe política de profissionais, “sacerdotes, vegetais”, sem liberdade.
Com tantas incompatibilidades e profissionalização no cargo, o deputado “não tem liberdade de escolha, tem que ser um deputado servil, do chefe, o dono é o partido, manda na família”.
“Fica espoliado de toda a liberdade económica e profissional. Sem liberdade, perde-se a independência. E um regime liberal não pode sobreviver sem homens livres”, afirmou.
“Podemos salvar o regime da bandalheira, dos corruptos e dos saqueadores da democracia. Isso é indispensável à sobrevivência do regime, mas também temos de salvar a o regime dos salvadores do regime”, afirmou, numa das partes mais aplaudidas de toda a sessão da manhã das jornadas.
Logo a seguir, Isabel Moreira criticou o facto de os deputados não terem tido acesso prévio às propostas e criticou o partido pela “cedência ao populismo” e “à demagogia”.
Além de atacar o facto de os deputados não terem tido acesso prévio aos diplomas, a deputada do PS queixou-se de serem olhados como “potenciais corruptos”.
E brincou como facto do Código de Conduta, proposto pelo PS prever uma quantia de 150 euros para limite nas ofertas aos deputados, afirmando se “não se podem comer ou beber as provas”, numa referência aos vinhos e outras ofertas.
Tal como está, Isabel Moreira admite votar contra, se as leis fossem a votos neste momento.
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