Trabalhadores da Nobre intensificam luta com greve mais prolongada em novembro

Os trabalhadores da empresa Nobre, em Rio Maior, que hoje cumprem hoje a 15.ª greve, vão intensificar a luta no próximo mês com uma paralisação de dois dias, entre feriados, que resultará numa paragem de seis dias.

Trabalhadores da Nobre intensificam luta com greve mais prolongada em novembro

“Temos entregado moções a cada greve, mas às ultimas cinco a empresa nem dá resposta”, disse à agência Lusa o dirigente do Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura e das Indústrias de Alimentação, Bebidas e Tabacos de Portugal (SINTAB) Diogo Lopes, lamentando a inexistência de “qualquer evolução” nas negociações com a administração da Nobre Alimentação, em Rio Maior, no distrito de Santarém.

Os trabalhadores cumprem hoje a 15.ª greve convocada pelo SINTAB por falta de reposta ao caderno reivindicativo em que exigem um aumento salarial de 150 euros, a valorização do subsídio de refeição e do trabalho noturno, a implementação de diuturnidades, direito a 25 dias de férias e o fim do recurso à contratação precária, entre outras reivindicações.

Na última paralisação, em 11 de setembro, os trabalhadores concentraram-se em frente à Câmara de Rio Maior e aprovaram uma moção pedindo uma tomada de posição pública do executivo.

A moção foi entregue ao vice-presidente João António Lopes Candoso (Coligação Juntos pelo Futuro — PPD/PSD — CDS/PP) que, segundo o dirigente sindical Diogo Lopes, se comprometeu a entrar em contacto com a empresa para sensibilizar para as negociações”.

Um mês depois “não houve qualquer evolução”, afirmou hoje o sindicalista, esclarecendo que os trabalhadores “aguardam a marcação de uma reunião com a autarquia para saber se já tiveram alguma reunião com a empresa”.

Perante o impasse, os trabalhadores decidiram hoje intensificar a luta com a marcação de dois dias de greve em novembro, agendada para os dias 04 e 05, o que “a juntar ao feriado de dia 01 (sexta-feira), ao fim de semana e ao feriado [municipal de Rio Maior] de dia 06, dará uma paragem de seis dias”, explicou Diogo Lopes.

“A ideia é tentar criar outro tipo de impacto, sendo uma paragem mais prolongada para ver se realmente a empresa está disponível para voltar a negociar”, acrescentou.

De acordo com o sindicato, a greve contou, no primeiro turno, entre a meia-noite e as 08:00, com uma adesão de 60%, tendo estado ao serviço “apenas 11 dos 32 trabalhadores”. Nos turnos diurnos a expectativa do sindicato aponta para “uma adesão na ordem dos 85%” dos cerca de 600 trabalhadores da empresa.

Contactada pela Lusa, a Nobre reafirmou, nas duas últimas paralisações, estar “sempre atenta” às necessidades dos colaboradores e da empresa, acrescentando que realiza “reuniões frequentes com os sindicatos para discuti-las, de forma positiva e transparente”.

Na resposta enviada por ‘email’, a empresa reiterava “o compromisso de disponibilidade para dar continuidade às reuniões regulares” com o objetivo de ver “o caminho a seguir”, apesar de, segundo o sindicato, desde julho, não terem obtido respostas às reivindicações.

DA // CSJ

By Impala News / Lusa

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