Timor/25 anos: Garantir serviços básicos a população jovem é um desafio – ex-chefe da missão da ONU

O ex-chefe da missão das Nações Unidas em Timor-Leste Ian Martin considerou hoje que um dos principais desafios do país passa por garantir serviços básicos e emprego a uma população maioritariamente jovem.

Timor/25 anos: Garantir serviços básicos a população jovem é um desafio - ex-chefe da missão da ONU

Em declarações à agência Lusa à margem da sessão solene de comemoração dos 25 anos do referendo pela independência, em 30 de agosto de 1999, que decorreu no Parlamento Nacional timorense, em Díli, referiu que país tem uma população jovem à qual “é preciso prestar serviços básicos, como educação, serviços de saúde e emprego”.

Segundo o antigo responsável da ONU, é preciso procurar alternativas à exploração de petróleo no Mar de Timor porque esta “não dá emprego a muita gente, apesar de financiar o Orçamento do Estado”.

Outro desafio é “como vai ser dada continuidade ao espírito dos líderes históricos para as novas gerações” timorenses, disse Ian Martin, que manifestou, no entanto, confiança de que isso vai acontecer.

Entre as principais conquistas de Timor-Leste, o antigo responsável da ONU destacou que “é o país mais democrático do sudeste asiático, realiza eleições livres, com alternância de poder” e tem “uma sociedade civil muito ativa e liberdade de expressão”.

Ian Martin manifestou-se ainda orgulhoso pela forma como os timorenses impulsionaram a ONU “a fazer um bom trabalho em 1999 para a realização do referendo” e elogiou em particular o pessoal timorense da missão, “que estava muito mais em risco do que os funcionários internacionais”.

“É bom estar de volta hoje e sentir esse espírito outra vez”, disse.

Ian Martin liderou a missão da ONU em Timor-Leste (UNAMET) criada em junho de 1999 e que organizou e supervisionou o referendo de 30 de agosto do mesmo ano, em que 78,5% dos timorenses que votaram escolheram a independência, anunciada em 04 de setembro e que deu origem depois a uma onda de repressão pelas forças indonésias.

Durante a vigência da missão foram mortos a tiro 14 funcionários, todos timorenses.

Com o resultado do referendo, a Indonésia abandonou Timor-Leste, com as milícias pró-indonésias a deixarem um rasto de horror e violência, tendo entrado a autoridade de transição das Nações Unidas, que geriu o país até à restauração da independência, em 20 de maio de 2002.

 

VM // JMC

Lusa/Fim

By Impala News / Lusa

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