Talibãs conquistam décima capital provincial do Afeganistão, a 150 quilómetros de Cabul
Os talibãs tomaram hoje a cidade de Ghazni, localizada a 150 quilómetros da capital, Cabul, a 10.ª capital da província a cair numa semana. E por onde passam, deixam um rasto de morte. “Eles não desistem da cultura ocidental. Por isso temos de os matar.”
Talibãs conquistam décima capital provincial do Afeganistão, a 150 quilómetros de Cabul. “Posso confirmar que Ghazni caiu esta manhã nas mãos dos talibãs. Eles assumiram o controlo de áreas chave da cidade: o gabinete do governador, a sede da polícia e a prisão”, disse à agência de notícias France-Presse (AFP) o chefe do conselho provincial de Ghazni, Nasir Ahmad Faqiri, acrescentando que os combates ainda estavam a decorrer em algumas zonas.
Os talibãs lançaram uma grande ofensiva contra as forças do Governo de Cabul no início de maio, após o anúncio da retirada final das forças internacionais do Afeganistão, que deve estar concluída no final deste mês. A perda de Ghazni é um duro golpe para o Governo, já que a cidade está numa estrada principal que liga Cabul ao Sul do Afeganistão. Localizado na Ásia, o Afeganistão faz fronteira com seis países (Paquistão, Tajiquistão, Irão, Turquemenistão, Uzbequistão e China), sendo a paquistanesa a mais extensa, com 2.670 quilómetros.
“Eles não desistem da cultura ocidental. Por isso temos de os matar.”
À medida que os talibãs vão conquistando território a ritmo diário, dezenas de milhares de afegãos deixaram as suas casas e centenas foram mortos ou ficaram feridos nas últimas semanas. Alguns, segundo a Human Rights Watch, foram vítimas de execução sumária apenas por colaborarem com o Governo do país. O jornalista da BBC Secunder Kermani entrevistou alguns responsáveis dos taliban. Ainuddin, antigo professor numa madrassa (escola religiosa), que é agora um comandante regional, explicou a razão das execuções sumárias de quem é do governo: “Eles não desistem da cultura ocidental. Por isso temos de os matar.”
O regime taliban que esteve no poder entre 1996 e 2001, controlando praticamente dois terços do Afeganistão – até à invasão militar liderada pelos Estados Unidos após os atentados de 11 de Setembro em Nova Iorque e Washington – ficou conhecido pelos abusos de direitos humanos, castigos brutais e interpretação radical da sharia (lei islâmica).
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