Síria: Netanyahu diz que política israelita “dependerá da realidade emergente”
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, afirmou hoje que a política de Israel relativamente à Síria será definida conforme a realidade emergente no país.
A Síria está há uma semana livre do regime de Bashar al-Assad e ainda em processo de estabelecimento de um novo governo de transição.
“Não temos qualquer interesse em confrontar a Síria. Determinaremos a política de Israel em relação à Síria com base na realidade emergente no terreno”, disse Netanyahu, numa declaração em vídeo.
Na última semana, as tropas israelitas invadiram a zona fronteiriça entre os montes Golã (território sírio ocupado por Israel desde 1967) e a Síria para eliminar, segundo Telavive, as ameaças contra o país.
O líder israelita assegurou que a Síria tem sido um “inimigo ativo” de Israel ao longo das décadas, permitindo ataques ao seu território ou o tráfico de armas do Irão para a milícia xiita libanesa Hezbollah.
Desde o derrube de Al-Assad, a Síria iniciou um governo de transição com Mohamed Al-Bashir como primeiro-ministro interino até março próximo, e o líder da coligação rebelde, o islamita Ahmed al-Charaa (conhecido pelo seu nome de guerra Abu Mohamed al-Jolani), como “homem forte” do país.
Neste contexto, embora Israel se congratule com a queda de Bashar al-Assad como um símbolo da fraqueza do Irão, que reivindica como seu próprio triunfo, há uma preocupação crescente no Estado judaico sobre o tipo de regime que irá emergir na Síria e como isso irá afetar o equilíbrio de poder na região.
A operação israelita na zona desmilitarizada síria, território que invadiu há uma semana pela primeira vez em 50 anos, tem como objetivo destruir armas que possam ser utilizadas contra o seu território, bem como as rotas de contrabando de armas do Irão para o Hezbollah, grupo com o qual se iniciou o cessar-fogo no Líbano em 27 de novembro.
Neste sentido, o líder israelita lançou um aviso à região, reiterando que Israel atuará “em qualquer arena e em qualquer momento” para impedir o rearmamento do grupo pró iraniano.
Netanyahu disse que ainda há “desafios” pela frente para Israel: “O Irão, com os seus agentes sanguinários, e outras ameaças potenciais, porque a realidade é dinâmica e está a mudar rapidamente”.
O primeiro-ministro israelita abordou estas questões numa conversa telefónica, na noite passada, com o Presidente eleito dos EUA, Donald Trump, que descreveu como “muito importante” sobre a situação na região, na qual falaram da “necessidade de completar a vitória de Israel”.
Desde o início da guerra em Gaza, em 07 de outubro de 2023, que mais tarde levou à guerra no Líbano com o Hezbollah e condicionou a queda de Al-Assad no Líbano (ao enfraquecer esta milícia libanesa, um dos seus principais aliados), Netanyahu tem defendido a obtenção de uma “vitória total” sobre o Hamas, que foi transferida para as outras frentes abertas que mantém no Médio Oriente.
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By Impala News / Lusa
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