Síria: Lançada nova campanha para capturar elementos do antigo regime

As forças de segurança da nova liderança síria iniciaram hoje uma “ampla campanha de busca” para capturar membros do antigo regime de Bashar al-Assad no município de Zabadani, a oeste da capital Damasco, divulgou a agência noticiosa oficial SANA.

Síria: Lançada nova campanha para capturar elementos do antigo regime

“A campanha de busca visa confiscar depósitos de munições escondidos, além de prender membros das milícias de Assad que se recusaram a depor as armas”, segundo a mesma fonte.

As novas autoridades da Síria pediram à população civil da zona que colabore com as forças de segurança “para livrar a área dos criminosos e das armas”, acrescentou a agência.

Levada a cabo pela Administração de Segurança Pública em cooperação com o Departamento de Operações Militares, a operação começa um dia depois de uma campanha semelhante ter terminado na cidade de Homs, a norte da capital síria.

O Observatório Sírio para os Direitos Humanos também informou sobre estas operações, que enquadrou como parte de uma campanha de segurança de “grande escala” em várias cidades a oeste de Damasco.

Segundo a organização não-governamental (ONG), com sede no Reino Unido mas que conta com uma vasta rede de colaboradores no terreno, registaram-se múltiplas detenções e “inspeções rigorosas” a habitações e veículos, tendo sido enviados reforços militares para a zona.

A ONG alertou ainda que várias das detenções efetuadas hoje ocorreram depois de membros da segurança apresentarem falsas denúncias contra estas pessoas, sem dar mais pormenores.

Lançada a 27 de novembro, uma ofensiva relâmpago derrubou em 12 dias o regime do Presidente Bashar al-Assad, há 24 anos no poder na Síria, obrigando-o a abandonar o país com a família a 08 de dezembro e a pedir asilo político na Rússia.

A ofensiva, que na realidade eram duas combinadas — “Dissuadir a Agressão”, lançada pela Organização Islâmica de Libertação do Levante (Hayat Tahrir al-Sham, HTS, em árabe) que inclui o antigo ramo sírio da Al-Qaida, e “Amanhecer da Liberdade”, liderada pelos rebeldes sírios – foi a primeira em grande escala em que as forças da oposição conquistaram território em Alepo desde 2016, quebrando o impasse de uma guerra civil iniciada em 2011, que matou mais de 300.000 pessoas e fez sair do país quase seis milhões de refugiados e que, formalmente, nunca terminou.

Os Presidentes turco e russo, Recep Tayyip Erdogan e Vladimir Putin, respetivamente, acordaram, em 2020, um cessar-fogo, após meses de combates em Idlib.

O reacendimento do conflito fez-se com esta ofensiva que partiu da cidade de Idlib, um bastião da oposição, em que os rebeldes conseguiram expulsar em poucos dias o Exército de Bashar al-Assad, apoiado pela Rússia e pelo Irão, das capitais provinciais de Alepo, Hama e Homs, abrindo caminho para Damasco, a capital do país, e pondo fim ao regime do clã Assad, iniciado em 1971, ano em que o pai de Bashar, Hafez al-Assad, tomou o poder através de um golpe de Estado.

PL (ANC)// SCA

By Impala News / Lusa

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