Sindicato Nacional de Jornalistas de Moçambique critica desequilíbrio na cobertura das eleições

O Sindicato Nacional de Jornalistas (SNJ) de Moçambique criticou hoje “alguns órgãos de comunicação social” por falta de equilíbrio na cobertura da atividade dos candidatos e partidos políticos nas eleições gerais de 09 de outubro.

Sindicato Nacional de Jornalistas de Moçambique critica desequilíbrio na cobertura das eleições

“Houve momentos em que alguns órgãos de comunicação social deram tratamento distinto às atividades dos partidos políticos concorrentes e candidatos presidenciais, em termos de espaço e tempo nos jornais, rádios, televisões e media digitais”, refere o SNJ, em comunicado divulgado hoje.

Aquela organização admite que, em alguns casos, a desigualdade com que candidatos presidenciais e forças políticas foram tratados deveu-se à diferença na intensidade e extensão das atividades públicas dos próprios concorrentes nas eleições gerais.

“Ficou evidente que prevalece o desafio da busca do equilíbrio na cobertura da campanha e da votação”, lê-se na nota de imprensa.

O SNJ criticou ainda os candidatos e partidos pela pouca partilha de informação sobre as agendas de campanha com os órgãos de comunicação social, dificultando o trabalho dos jornalistas.

“Por outro lado, deliberadamente ou não, houve muito pouco aproveitamento dos tempos de antena a que os concorrentes têm direito na comunicação social pública. Num contexto onde existiam 37 partidos políticos inscritos, o uso deste comando legal só foi visto, maioritariamente, pelas formações com assento na Assembleia da República e alguns extraparlamentares”, prossegue o comunicado.

O SNJ lamenta o facto de a comunicação social ter sido “arrastada” para atos de campanha eleitoral fora do horário estabelecido por lei — das 07:00 às 18:00 – incorrendo numa violação da legislação eleitoral.

Apesar das críticas, o SNJ conclui que os profissionais de comunicação social moçambicanos demonstraram o seu papel indispensável nas eleições gerais, partilhando informações relevantes e ajudando a fortalecer a democracia e a liberdade de opinião.

“Os jornalistas e outros profissionais da comunicação social souberam desempenhar o seu papel de informar, obedecendo aos ditames da Lei de Imprensa, da legislação eleitoral e dos códigos de ética e de deontologia profissional”, destaca-se.

As eleições gerais de 09 de outubro incluíram as sétimas presidenciais – às quais já não concorreu o atual chefe de Estado, Filipe Nyusi, que atingiu o limite de dois mandatos – em simultâneo com as sétimas legislativas e quartas para assembleias e governadores provinciais.

A CNE tem 15 dias, após o fecho das urnas, para anunciar os resultados oficiais das eleições, data que se cumpre em 24 de outubro, cabendo depois ao Conselho Constitucional a proclamação dos resultados, depois de concluída a análise, também, de eventuais recursos, mas sem um prazo definido para esse efeito.

As comissões distritais e provinciais de eleições já concluíram o apuramento da votação, que segundo os anúncios públicos dão vantagem à Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, partido no poder) e ao candidato presidencial que o partido apoia, Daniel Chapo, com mais de 60% dos votos, embora o candidato presidencial Venâncio Mondlane conteste esses resultados, alegando com os dados das atas e editais originais da votação, que recolhe em todo o país.

Venâncio Mondlane garantiu na quinta-feira, na Beira, centro de Moçambique, que após o anúncio dos resultados das eleições gerais vai recorrer ao Conselho Constitucional, com as atas e editais originais da votação.

PMA // ANP

By Impala News / Lusa

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