Secretário-geral do JPP assume objetivo de eleger pela primeira vez à Assembleia da República

O secretário-geral do Juntos Pelo Povo (JPP), Élvio Sousa, assumiu que o partido, que concorre às legislativas de 18 de maio em 10 círculos eleitorais, tem como objetivo eleger pela primeira vez à Assembleia da República.

Secretário-geral do JPP assume objetivo de eleger pela primeira vez à Assembleia da República

“O nosso objetivo é eleger pela primeira vez um representante, ou mais de um, o desejável é eleger para a Assembleia da República”, afirmou Élvio Sousa, referindo que o ‘slogan’ de campanha é ‘a Voz das Ilhas’ e que o JPP apresenta uma “marca insular” que é transversal às candidaturas dos vários círculos eleitorais.

Em entrevista à agência Lusa, o responsável do JPP, cuja candidatura na Madeira é encabeçada por Filipe Sousa, salientou que o partido tem mais expressão naquela região, onde nasceu como movimento e mais tarde, em 2015, se tornou partido.

O secretário-geral destacou que uma das prioridades do partido é garantir que os madeirenses possam pagar diretamente o valor estipulado para as viagens aéreas para o continente sem terem de adiantar o valor total e só posteriormente serem reembolsados.

Uma linha ‘ferry’ entre a região autónoma e o continente, que faça o transporte de mercadorias e passageiros, é outra das prioridades do JPP, que considera que não necessita necessariamente do apoio da República como defende o atual Governo Regional, liderado pelo social-democrata Miguel Albuquerque.

“Temos uma solução alternativa, e já foi pública, que é negociar com os governos, nomeadamente das Canárias, para que haja uma oportunidade de ter um ou mais armadores, que estão abertos, sem necessariamente haver concurso”, apontou.

Élvio Sousa reforçou que esta é uma oportunidade para que os madeirenses deixem de estar “sequestrados ao transporte aéreo” e defendeu que “qualquer região arquipelágica da Europa tem de ter necessariamente um ‘ferry'”.

“Se não for por diplomacia comercial, é uma exigência que o Estado tem que cumprir, ponto”, acrescentou o dirigente do JPP, partido que obteve o melhor resultado de sempre nas legislativas regionais de março deste ano e se tornou líder da oposição na Madeira, ao ultrapassar o PS.

O também deputado no parlamento regional vincou ainda a necessidade de “acabar com as desconfianças” para com o Centro Internacional de Negócios da Madeira, “respeitar a Constituição no que diz respeito ao princípio da continuidade territorial” e efetuar um estudo para apurar quanto custa viver numa região autónoma do ponto de vista fiscal, social e económico.

“Hoje em dia, viver numa região autónoma arquipelágica tem um custo de vida necessariamente maior […] do que viver no território continental”, advogou.

Reduzir a pegada carbónica, aumentar salários, baixar impostos, tomar medidas para melhorar a saúde, a educação e a habitação foram outras das prioridades elencadas por Élvio Sousa.

No que diz respeito à redução de impostos, alertou que é preciso reduzir a despesa do Estado de forma a acomodar as perdas de receita, referindo que os Orçamentos do Estado têm “muitos milhões de euros”.

Na habitação, o secretário-geral do JPP sublinhou que o Governo “não tem de garantir necessariamente pão e mesa a toda a gente”, mas considerou que o Estado tem de assumir um papel regulador e “construir a todo o vapor habitação para a classe média, para os jovens casais e para todos aqueles que precisam”.

“Nós não podemos ter casais jovens ou classe média a pagar mil e tal euros por um T1”, apontou.

Instado a comentar, por outro lado, a atuação dos dois principais partidos, PSD e PS, Élvio Sousa criticou os deputados eleitos por estas forças políticas pelo círculo da Madeira, “que dizem não seguirem regras e diretrizes nacionais”, mas, considerou, “já traíram a pátria madeirense”.

O secretário-geral do JPP recordou que estes partidos aprovaram no parlamento regional, por exemplo, uma medida para permitir o fracionamento do pagamento do IMI (Imposto Municipal sobre Imóveis) que depois na Assembleia da República acabaram por votar contra.

“O JPP distingue-se […] porque é um partido nascido numa região autónoma e que vai seguir esse princípio do regionalismo”, afirmou.

O JPP tornou-se partido em 2015 e nasceu de um movimento de cidadãos no concelho de Santa Cruz. Nestas eleições legislativas concorre por 10 círculos eleitorais: Coimbra, Braga, Faro, Setúbal, Porto, Lisboa, Madeira, Açores, Europa e Fora da Europa.

O cabeça de lista pela Madeira, Filipe Sousa, irmão do secretário-geral, é um dos fundadores e ex-presidente do partido, atualmente não assume nenhum cargo de dirigente no JPP, sendo presidente da Câmara Municipal de Santa Cruz desde 2013, função que suspendeu em 07 de abril para se candidatar às legislativas.

Nas eleições legislativas de 10 de março do ano passado, o JPP obteve 19.145 votos (0,31%), não conseguindo eleger nenhum deputado.

*** Tomás Santos (texto) e Duarte Caires (vídeo), da agência Lusa ***

TFS/DC // ACL

By Impala News / Lusa

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