Secretário de Estado sugere reforço do IVA turístico em vez de novas taxas

O secretário de Estado do Turismo, Pedro Machado, sugeriu hoje o reforço do chamado IVA turístico, cujas verbas são transferidas para as câmaras municipais, como alternativa à criação de novas taxas turísticas.

Secretário de Estado sugere reforço do IVA turístico em vez de novas taxas

“Há um imposto, que está consagrado na Lei das Finanças Locais, que nós chamamos IVA turístico, que é dado aos municípios e que, se for reforçado, pode, em muitos casos, mitigar o aparecimento da taxa turística”, afirmou o governante.

Pedro Machado foi questionado pelos jornalistas sobre as taxas turísticas que alguns municípios já adotaram, no final da terceira sessão do ciclo “Estratégia Turismo 2035: Construir o turismo do futuro”, realizada em Évora.

Assinalando que “a taxa turística tem sido um instrumento que muitos municípios têm utilizado quase que para financiamento”, o secretário de Estado admitiu ter dúvidas quanto à sua eficácia para mitigar os impactos e aumentar a satisfação dos turistas.

“Não julgo que ela [a taxa turística] seja, de facto, o instrumento mais eficaz para a sustentabilidade, a diminuição da pegada e o grau de satisfação dos residentes sejam resolvidos”, sublinhou.

Ao invés da taxa turística, o governante insistiu no reforço do IVA [Imposto sobre o Valor Acrescentado] turístico para “os municípios aumentarem a prestação de bons serviços àqueles que querem receber, sejam turistas internacionais, sejam nacionais”.

“É matéria que, seguramente, em sede própria, como é o caso da Associação Nacional de Municípios, pode e deve ser equacionada”, defendeu, ressalvando que a decisão sobre as taxas turísticas “faz parte da autonomia dos municípios”.

A par do reforço do IVA turístico, Pedro Machado também defendeu a elaboração de estratégias, aumento da dinâmica de empresas e empresários, capacitação dos migrantes e resolução de problemas, dizendo que é o que o Governo já está a fazer.

Também em declarações aos jornalistas, o presidente da Câmara de Évora, Carlos Pinto de Sá, outro dos oradores da sessão, defendeu que a taxa turística, já em estudo no município, deverá servir para “compensar a pegada turística”.

“Se temos muito turismo, a produção de lixo aumenta e a utilização do espaço público, a pressão sobre os monumentos aumenta e é preciso ter capacidade para repor o equilíbrio”, justificou.

Segundo o autarca, a primeira fase do processo, que foi a constituição de interessados, já terminou, seguindo-se, agora, a elaboração de proposta de regulamento, a ser discutida e votada em reunião de câmara, e, depois disso, a discussão pública.

Questionado pelos jornalistas sobre a possibilidade de ser criada uma taxa em Évora, o presidente da Entidade Regional de Turismo (ERT) do Alentejo e Ribatejo, José Manuel Santos, também orador da sessão, revelou que o organismo propôs a criação de um comité de acompanhamento e de um portal da transparência.

Um comité de acompanhamento para que “as comunidades locais, através das juntas de freguesia, empresários e a própria ERT, possam ter um papel participativo e decisório na afetação de verbas dos fundos provenientes da taxa turística”, argumentou.

Em relação ao portal da transparência, de acordo com o responsável, este instrumento servirá para que “o empresário turístico, o eborense [cidadão de Évora] ou o próprio turista saiba onde é que está a ser gasta a verba”.

“Veremos qual é a decisão dos órgãos do município, aguardaremos serenamente, mas esperemos que a taxa a ser criada possa ser útil ao desenvolvimento turístico e à sustentabilidade turística de Évora”, acrescentou.

SM // CSJ

By Impala News / Lusa

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