Rússia reivindica novo avanço na região do Donbass
A Rússia reivindicou hoje a conquista de uma nova localidade num importante setor da frente, perto da cidade estratégica de Tchassiv Iar, e quando a Ucrânia continua a confrontar-se com escassez de munições.
Kiev, que enfrenta crescentes dificuldades após a sua fracassada ofensiva do verão de 2023, não possui homens e armas em quantidade suficiente e tem pedido aos ocidentais que acelerem a ajuda militar, bloqueada pelos Estados Unidos e atrasada do lado europeu.
A conquista da localidade de Ivanviske anunciada hoje pelas forças russas surge um dia após o ataque contra uma sala de espetáculos na região de Moscovo que provocou 133 mortos. As autoridades russas têm-se referido a uma pista ucraniana e não mencionaram o Estado islâmico, grupo terrorista que reivindicou o massacre.
Ivanviske está situada perto de Bakhmut, a cidade destruída e ocupada pela Rússia desde maio de 2023, e Tchassiv Iar, que Moscovo quer conquistar.
Em caso de sucesso, as forças russas poderão intensificar os seus ataques contra Kramatorsk, a grande cidade do Donbass controlada por Kiev e cada vez mais flagelada por bombardeamentos russos.
Mais a sul, o Exército russo reivindicou na quinta-feira o controlo de outra povoação perto de Avdiivka, a cidade em ruínas conquistada em fevereiro por Moscovo.
Em paralelo, Moscovo afirmou hoje ter repelido um ataque de dez mísseis ucranianos dirigidos à cidade de Sebastopol, na Crimeia, a península anexada em 2014 por Moscovo, indicou o governador local.
“Os nossos militares repeliram um ataque massivo sobre Sebastopol. Segundo as primeiras informações, foram abatidos mais de dez mísseis”, afirmou Mikhail Razvojaiev no Telegram.
Uma criança e uma mulher ficaram feridas por fragmentos dos mísseis abatidos, que também danificaram diversos edifícios residenciais, acrescentou.
A Crimeia é regularmente selecionada como um alvo pelo Exército ucraniano através de mísseis e ‘drones’, por constituir um importante centro logístico para as forças russas presentes no sul da Ucrânia.
A Ucrânia e a Rússia também efetuaram ataques aéreos recíprocos durante a noite de sexta-feira para hoje, que provocaram dois mortos do lado russo, enquanto a cidade ucraniana de Kharkiv (nordeste), parcialmente privada de eletricidade devido a recentes e maciços ataques, foi de novo atacada.
O governador regional da região russa de Belgorod, junto à fronteira ucraniana, referiu que dois civis foram mortos e sete feridos durante um ataque com ‘drones’ e bombardeamentos.
A Ucrânia diz ter sido atacada hoje por 34 ‘drones’, com 31 abatidos. Quatro pessoas ficaram feridas em Kharkiv, uma cidade com 1,5 milhões de habitantes antes da guerra, também perto da fronteira russa. Cerca de 275.000 pessoas permaneciam hoje sem eletricidade, segundo os responsáveis locais.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, desencadeada em 24 de fevereiro de 2022, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Os aliados ocidentais da Ucrânia têm fornecido armas a Kiev e aprovado sucessivos pacotes de sanções contra interesses russos para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra.
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By Impala News / Lusa
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