Rui Tavares acusa Montenegro de “empurrar com a barriga” esclarecimentos sobre Spinumviva

O porta-voz do Livre acusou hoje o primeiro-ministro, Luís Montenegro, de estar a fugir ao escrutínio e de ir “empurrando com a barriga” os esclarecimentos sobre a empresa Spinumviva.

Rui Tavares acusa Montenegro de

“Parece-me que o primeiro-ministro está a fugir ao escrutínio e que vai empurrando com a barriga esclarecimentos e que de cada vez que nós achamos que a empresa da família do primeiro-ministro, que é a Spinumviva, é sobre uma coisa, passado algum tempo sabe-se que é sobre outra coisa”, afirmou Rui Tavares à margem do lançamento de campanha para as legislativas na Associação de Moradores da Bouça, no Porto.

O deputado lembrou que, inicialmente, a Spinumviva era de gestão patrimonial, depois recebia avenças de empresas e, afinal, fazia consultoria de reestruturação de empresas.

“Como é que um primeiro-ministro que ainda há um ano nos vendia ética, no tempo em que era líder da oposição, reagiria a uma situação destas?”, questionou.

Rui Tavares sublinhou que, há um ano, o PSD dizia que jamais um primeiro-ministro poderia estar sob suspeita de um potencial conflito de interesses.

“Não me basta a mim de maneira nenhuma que Luís Montenegro diga que não faz fretes porque a questão da integridade de um primeiro-ministro é uma questão que não depende da confiança pessoal”, reforçou.

Na sua opinião, Luís Montenegro não podia, nem devia ser recandidato ao cargo de primeiro-ministro.

“Luís Montenegro forçou a sua situação como recandidato do PSD, foi ele que, ao não se demitir, não deixou o seu partido procurar outro primeiro-ministro e foi ele que, ao não se demitir, não deixou nem o parlamento, nem o Presidente da República resolver uma crise que ele tinha criado”, atirou.

O porta-voz do Livre lamentou ainda as declarações do deputado do PSD Hugo Carneiro, que sugeriu que as autoridades judiciárias acedessem a registos telefónicos para saber quem divulgou a nova lista de clientes da Spinumviva.

Falando num atentado à liberdade de imprensa, Rui Tavares ressalvou que os jornalistas não têm de revelar as suas fontes e, muito menos, em casos que configuram uma situação de interesse público.

“Este era um caso de interesse público e, portanto, um órgão de imprensa que divulga esta lista de clientes está a agir no interesse público, não está a revelar questões nem da intimidade, nem da privacidade, nem da esfera familiar e íntima do primeiro-ministro”, salientou.

Esta quarta-feira, o jornal Expresso noticiou que Luís Montenegro submeteu junto da Entidade para a Transparência uma nova declaração, na qual acrescentou sete novas empresas para as quais trabalhou na Spinumviva, empresa fundada pelo próprio e que passou recentemente para os seus filhos.

Na sequência da divulgação de novos dados, o deputado do PSD Hugo Carneiro pediu ao Grupo de Trabalho do Registo de Interesses no parlamento que peça à Entidade para a Transparência os registos de quem acedeu aos dados sobre o primeiro-ministro, de forma a descobrir quem partilhou a informação com a imprensa.

SVF (TA/TYRS)// JPS

By Impala News / Lusa

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