A Transparency International lançou o Índice de Perceção de Corrupção de 2023, que mede os níveis de corrupção percebida no setor público em 180 países e territórios ao redor do mundo. O índice pontua os os países mais corruptos do mundo numa escala de zero (altamente corrupto) a 100 (limpo), com pontuação média de apenas 43 em 100. Mais de dois terços dos países pontuaram abaixo de 50, já que a maioria dos países não fez “nenhum progresso na última década”.

Portugal soma 34 pontos na lista de países mais corruptos do mundo

Em 2023, os países com o menor nível percebido de corrupção no setor público foram Dinamarca, Finlândia e Nova Zelândia, seguidos por Noruega, Singapura e Suécia. No extremo oposto do índice, a Somália pontuou apenas 11, tornando-se no país mais atingido pela corrupção do mundo. Síria, Venezuela e Sudão do Sul ficaram atrás, com pontuação de 13.

Os Estados Unidos da América ficaram apenas em 24.º com pontuação de 69 – um ligeiro aumento em relação à pontuação de 2021, que foi a mais baixa do país desde 2012 – e continua a mesma de 2022. A Transparency International cita “regras éticas fracas para a o Supremo Tribunal dos EUA” que “levantaram sérias questões de integridade judicial” no país. Observa, no entanto, que, apesar disso, os a Justiça federal e estadual dos EUA continuam “em grande parte” a ter independência suficiente. Portugal encontra-se na 61ª posição deste ranking, com 34 pontos, em cem.

Statista

O Dia Internacional Anticorrupção assinalou-se, como em todos os anos, em 9 de dezembro. A data tem como propósito aumentar a consciencialização sobre os efeitos nocivos da corrupção e promover esforços para combatê-la. Introduzido pelas Nações Unidas em 2003, após a adoção da Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção, o dia enfatiza a natureza global do problema, que corrói a confiança pública, exacerba a desigualdade e prejudica o desenvolvimento.

Embora a corrupção seja de fato um problema global, o grau em que as pessoas percebem que é um problema varia muito entre os países. De acordo com a sindagem What Worries the World, da Ipsos, 26% dos entrevistados de 29 países nomearam a corrupção financeira e política como uma das três questões mais urgentes no seu país em novembro de 2024, atrás apenas de crime/violência, inflação, pobreza/desigualdade e desemprego como uma das cinco principais preocupações na mente das pessoas.

Indonésia e Hungria lideraram o ranking, com 52% dos entrevistados a citarem a corrupção como uma das 3 principais preocupações, à frente do Peru (47%) e da África do Sul (46%). No outro extremo da escala, os entrevistados de Holanda, Alemanha e França foram os mais propensos a não ver a corrupção como uma das 3 principais questões no seu país, com 7, 9 e 10% dos entrevistados.

A campanha deste ano para o Dia Internacional Anticorrupção serviu como chamada para a ação para construir uma cultura de integridade para as gerações mais jovens. “Embora os jovens sejam significativamente afetados pela corrupção, também têm o potencial de se tornarem poderosos agentes de mudança na luta por um futuro enraizado na integridade”, lê-se no site da campanha. “Os jovens devem exigir responsabilidade e participar ativamente dos esforços anticorrupção.”

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