PSD: Rangel admite antecipação de calendário interno apenas “se for juridicamente possível”
Paulo Rangel admitiu hoje que poderá aceitar uma antecipação do calendário eleitoral interno, mas só “se for juridicamente possível”, acusando Rui Rio de ter tido “três posições num mês”.
O candidato à liderança do PSD Paulo Rangel admitiu hoje que poderá aceitar uma antecipação do calendário eleitoral interno, mas só “se for juridicamente possível”, acusando Rui Rio de ter tido “três posições num mês” sobre o tema. Em entrevista à SIC, o eurodeputado foi questionado sobre a proposta do presidente do PSD e recandidato de “comprimir” os prazos das eleições diretas e do Congresso do partido, que serão discutidos no Conselho Nacional de sábado.
“Se for possível juridicamente antecipar mais, contarão sempre comigo”, afirmou, embora mostrando algumas reservas sobre essa hipótese. Rangel acusou Rui Rio de ter tido “três posições num mês” sobre o tema, tendo começado por defender as diretas “o mais depressa possível – “em 04 de dezembro, como vão ser” -, depois ter apelado a que se refletisse se não deviam ser adiadas e passado as últimas semanas a defender o seu adiamento e, na quinta-feira, ter defendido numa entrevista à TVI tanto o adiamento como a redução dos prazos. “Não oferece nem estabilidade nem credibilidade ao partido”, criticou. Questionado se esta antecipação pode ser uma boa ideia, Rangel disse que não se irá opor se Rio “descobrir uma fórmula” que ofereça segurança jurídica, embora considerando que talvez fosse mais simples antecipar apenas o Congresso.
“Se as diretas forem a 04 de dezembro e o Congresso entre 17 e 19 de dezembro é perfeitamente possível cumprir os prazos das legislativas. Estou aqui para trabalhar com qualquer prazo”, assegurou. Na última reunião do Conselho Nacional do PSD, há cerca de três semanas, as eleições diretas foram marcadas para 04 de dezembro e o Congresso para 14, 15 e 16 de janeiro.
O calendário aprovado tinha sido inicialmente proposto pela direção, mas, na véspera do Conselho Nacional e após alertas do Presidente da República de que poderia haver uma crise política, Rio apelou à suspensão da disputa interna para depois de se esclarecer se o Orçamento do Estado era ou não aprovado. A proposta acabaria rejeitada com 71 votos contra, 40 a favor e 4 abstenções. Perante o ‘chumbo’ do Orçamento em 27 de outubro, mais de 60 conselheiros nacionais e dirigentes distritais fizeram um pedido de um Conselho Nacional extraordinário para antecipar o Congresso para entre 17 e 19 de dezembro, que mereceu o apoio de Paulo Rangel, e que deverá ser votado no sábado.
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