Programa do PS “cauteloso” e preparado para lidar com subida de inflação

O secretário-geral do PS defendeu hoje que o programa eleitoral do seu partido é “muito cauteloso” nas previsões macroeconómicas e que uma eventual crise inflacionista não irá comprometer as contas públicas.

Programa do PS

“Nós apresentámos um cenário macroeconómico muito cauteloso, com muita precaução, ao contrário da AD, que acredita no milagre do choque fiscal que querem trazer a Portugal, nós preferimos fazer um cenário macroeconómico que, mesmo perante a incerteza, não nos vai deixar numa situação complicada do ponto de vista das contas públicas”, disse aos jornalistas Pedro Nuno Santos, que hoje visitou no Entroncamento, Santarém, obras de reabilitação em 40 habitações para colocar no mercado a rendas acessíveis.

O líder do PS reagia à confirmação do Instituto Nacional de Estatística (INE) de que a taxa de inflação homóloga aumentou para 2,3% em janeiro, 0,9 pontos percentuais acima de dezembro, impulsionada pelos preços da eletricidade e pelo fim do IVA Zero, reiterando que a “precaução” esteve na base do programa socialista às eleições de 10 de março apresentado no domingo em Lisboa.

“Essa foi uma preocupação que tivemos sempre: desenhar um cenário cauteloso, obviamente preparado para enfrentar a incerteza”, afirmou Pedro Nuno Santos, tendo feito notar que “nem todos os partidos lidam com as crises da mesma maneira”.

O secretário-geral do PS considerou que “com a AD são sempre os mesmos a sofrer”, ao contrário dos socialistas, que primam pelo “respeito pelas pessoas, segurança, e estabilidade nos seus rendimentos”.

“São duas formas completamente diferentes de encarar as crises com que o país se vai defrontando”, indicou.

Com arredondamento a uma casa decimal, a taxa de variação do Índice de Preços no Consumidor (IPC) hoje avançada pelo INE confirma o valor da estimativa rápida divulgada em 31 de janeiro.

“Esta aceleração é em parte explicada pelo aumento de preços da eletricidade e pelo fim da isenção de IVA num conjunto de bens alimentares essenciais”, refere o INE, estimando que o impacto do fim do IVA Zero sobre a variação do IPC total tenha sido de 0,7 pontos percentuais.

Na classe dos bens alimentares e bebidas não alcoólicas, e apesar do efeito de base associado ao aumento de preços registado em janeiro de 2023 (1,9%), o aumento de 2,8% apurado em janeiro de 2024, em parte associado ao final do IVA Zero, resultou num aumento da respetiva variação homóloga de 1,7% em dezembro para 2,7% em janeiro.

“Os preços desta categoria situam-se 27,2% acima do nível médio de preços de 2021”, nota o INE.

Já em relação aos produtos energéticos, comparando com o mês anterior, registou-se em janeiro um aumento de preços de 2,0%, que contrasta com a diminuição de 8,9% registada no mesmo mês de 2023, que resultou numa variação homóloga positiva deste agregado, depois de 10 meses com taxas negativas.

De acordo com o INE, os preços deste agregado em janeiro fixaram-se 14,5% acima do nível médio de 2021 e 0,2% acima do que se verificou em janeiro de 2023.

MYF // JPS

By Impala News / Lusa

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