PR diz que CEDEAO “não manda na Guiné-Bissau, eleições serão em 30 de novembro”

O Presidente guineense afirmou hoje que a Comunidade económica de Estados da África Ocidental (CEDEAO) não manda na Guiné-Bissau e que as eleições simultâneas vão mesmo realizar-se no dia 30 de novembro.

PR diz que CEDEAO 

Umaro Sissoco Embaló respondeu às questões da Lusa quando caminhava pelas ruas de Bissau em direção ao palácio da presidência, vindo do Hospital Simão Mendes, onde tinha acabado de inaugurar o primeiro centro de hemodiálise no país.

“As eleições só não vão ter lugar no dia 30 de novembro se Umaro Sissoco Embaló morrer. Não vai falhar um dia”, declarou o Presidente guineense, quando questionado sobre a conversa que acabara de ter com uma missão da CEDEAO que se encontra no país.

Com o objetivo de ajudar a classe política a encontrar um consenso sobre a data da realização de eleições simultâneas (legislativas e presidenciais), que Embaló anunciou para novembro e que a oposição reclama para maio, o Presidente guineense manteve uma audiência de mais de duas horas com a missão da CEDEAO.

O chefe de Estado desvalorizou a visita da missão a Bissau, lembrando que foi o próprio quem concedeu autorização para que assim fosse.

“As pessoas estão a fazer propaganda com a vinda da missão da CEDEAO. É uma mera missão de contacto. Eu é que autorizei a sua vinda. A CEDEAO não manda na Guiné-Bissau e nem em nenhum outro país” da comunidade, disse.

Questionado sobre o facto de a missão da CEDEAO ter sido mandatada para ajudar na busca de consenso sobre a data da realização de eleições, Umaro Sissoco Embaló afirmou que a Guiné-Bissau não se encontra sob gestão da organização africana.

“Existe um Presidente da República. Não é a CEDEAO que decide isso. O Presidente da República é que decreta a data. É a minha prerrogativa”, sublinhou, vincando a data de 30 de novembro.

O Presidente guineense descartou também qualquer possibilidade de ser criado um Governo de Unidade Nacional, que tem sido apontado por vários setores políticos e da sociedade civil como solução para a crise no país.

Umaro Sissoco Embaló dissolveu o parlamento guineense, em dezembro de 2023, alegando grave crise institucional, na sequência de confrontos entre elementos das Forças Armadas e demitiu o Governo saído das eleições legislativas, realizadas em junho do mesmo ano.

O Presidente instalou um Governo da sua iniciativa, mesmo perante o coro de protestos da oposição e da sociedade civil, que afirmam que a medida é contrária à Constituição do país que não prevê tal executivo.

As mesmas vozes têm afirmado que o mandato de Sissoco Embaló termina na próxima quinta-feira, 27, que é quando se completam os cinco anos previstos na Constituição, mas o Presidente tem repetido que este só termina no dia 04 de setembro.

O chefe de Estado refere que o seu mandato começou a contar, de facto, com o pronunciamento do Supremo Tribunal de Justiça, em 04 de setembro de 2020, sobre o contencioso eleitoral suscitado após a publicação dos resultados da segunda volta das presidenciais de 2019.

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By Impala News / Lusa

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