Duplicou o número de portugueses contra apoio contínuo à Ucrânia

O apoio contínuo da NATO ao esforço de guerra da Ucrânia contra a invasão da Rússia caiu nos últimos dois anos em todos os países membros. Em Portugal, a discordância em apoiar os ucranianos duplicou.

Duplicou o número de portugueses contra apoio contínuo à Ucrânia

A mais recente sondagem da NATO às populações dos países membros revela que, mesmo entre as nações que mais apoiam a Ucrânia em termos de esforço de guerra contra a Rússia, muitos discordam do apoio contínuo. Esta tendência tem aumentado também desde que a NATO fez a mesma pergunta na sondagem anual de há dois anos, em novembro de 2022.

Alteração que é mais severa ainda para o maior apoiante em termos absolutos da Ucrânia, os Estados Unidos da América. Em meados de 2024, 32% dos norte-americanos disseram discordar “um pouco” ou “fortemente” do apoio contínuo à Ucrânia, muito acima, portanto, dos 17% no final de 2022. O presidente eleito Donald Trump, que disse no passado rejeitar compromissos militares dos EUA no exterior, conquistou a vitória nas eleições do país em novembro.

Rejeição de apoio da NATO à Ucrânia duplica em Portugal

Na Alemanha, a discordância subiu sete pontos percentuais, para 37%. Até mesmo os países do Leste Europeu que têm estado entre os maiores apoiantes e maiores doadores da Ucrânia têm testemunhado altos níveis de discordância entre suas populações. Por exemplo, a República Checa e a Estónia. Esta última nação tem estado entre os maiores apoiantes da Ucrânia por percentagem do PIB.

Na Polónia, entre os 10 maiores doadores da Ucrânia, a rejeição de apoio ficou em apenas 22%. O número foi ainda menor nos países doadores Noruega e Reino Unido. Em Portugal, 16% são hoje “contra” ou “fortemente contra” o apoio contínuo ao esforço de guerra ucraniano, exatamente o dobro dos 8% do que os “contra” e “fortemente contra” de há dois anos.

Marcelo assinala “1.000 dias de resistência” da Ucrânia e declara apoio a adesões à UE e NATO

Infographic: Disagreement With Aid Rises Even Among Ukraine's Allies | Statista

Statista

Independentemente da opinião pública cada vez mais desfavorável, Marcelo Rebelo de Sousa aproveitou os “1.000 dias de resistência” para declarar apoio a adesões da Ucrânia à UE e à NATO. De acordo com o sítio oficial da Presidência da República na Internet, a mensagem, divulgada por escrito e também em formato vídeo, em inglês, foi hoje enviada ao Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky.

“Hoje [19 de novembro] assinalam-se 1.000 dias de corajosa resistência da Ucrânia contra a agressão não provocada e injustificada da Rússia. Portugal continua ao lado da Ucrânia no caminho para a adesão à União Europeia, nas aspirações de adesão à NATO e firme no compromisso de disponibilizar assistência militar e humanitária à Ucrânia”, lê-se no texto divulgado, em português, que corresponde à mensagem gravada em vídeo, em inglês. A mensagem termina com a saudação ucraniana “slava Ukraini”, que significa “glória à Ucrânia”.

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