
Políticas da maioria absoluta do PS “alimentam a extrema-direita”
Numa intervenção na XIII Convenção Nacional do Bloco de Esquerda, Fernando Rosas considerou que existe “um perigo real da extrema-direita fascizante em Portugal”.
A extrema-direita, disse, como no passado o “fascismo canónico, cavalga os destroços das políticas antissociais do capitalismo neoliberal e o seu rasto de pobreza e impiedade, manipula o medo e a raiva gerados pelo desemprego e a precariedade, pela queda real dos salários com a inflação, pelo risco de se ficar sem casa, pelo colapso do SNS”.
“É bem certo que a extrema-direita não só não pretende alterar em nada esta situação, como se propõe agravá-la. Ela representa a vanguarda caceteira da brutalidade e da violência neoliberal, mas o seu estardalhaço demagógico, a arruaça e a mentira encontram eco na situação desesperada de certos setores da população”, lamentou.
O bloquista considerou que não é possível combater a extrema-direita “aceitando a governação do PS”, porque “são os efeitos da política da maioria absoluta do PS que alimentam” estas forças, e apontou que a “mentira do voto útil transformou-se numa rampa montante para a extrema-direita”.
“O combate eficaz ao seu avanço passa pela defesa de medidas justas que respondam à aflição das pessoas e à degradação das suas condições de vida. Passa por secar o pântano onde se alimenta a demagogia fascizante, mas isso significa uma oposição frontal à estratégia do PS de normalizar a violência neoliberal”, salientou o historiador.
Na ótica de Fernando Rosas, é preciso estar “na luta ideológica contra o modelo de sociedade e de Estado que o capitalismo neoliberal especulador e predatório nos procura impor como destino inelutável”, mas também “na luta política e social por uma vida digna, pelo direito à habitação, pelo trabalho com direitos, pela defesa do ambiente, pela salvaguarda do SNS e da escola pública, contra o patriarcalismo, a homofobia e o racismo, propondo políticas alternativas que as pessoas possam empunhar como armas”.
O fundador do BE aproveitou ainda para agradecer à líder cessante do partido, Catarina Martins, “por tudo” o que fez e deixou um conselho: “Guarda o fôlego porque a luta continua”.
Dirigindo-se também à candidata à liderança Mariana Mortágua desejou-lhe “arrojo, lucidez e sorte”.
“Sabes que podes contar connosco, somos a tua infantaria”, indicou.
FM // SF
By Impala News / Lusa
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