Polícia investiga fuga de 24 migrantes após aterragem de avião em Palma de Maiorca
A polícia espanhola está a investigar várias possibilidades sobre a chegada a Palma de Maiorca de um grupo de imigrantes marroquinos que, depois de saírem do avião, começaram a fugir nas pistas do aeroporto, um acontecimento considerado “sem precedentes”.
Os agentes estão a investigar se os acontecimentos, que envolveram 24 pessoas, fizeram parte de um plano ou se foi uma ação espontânea que culminou na fuga e entrada ilegal de alguns dos imigrantes no país.
A delegada do governo, Aina Calvo, disse hoje que “todos os cenários estão em aberto”, esclarecendo ao mesmo tempo que “não há informação a sugerir” que se tratava de uma operação orquestrada.
No entanto, é algo que “nunca tinha acontecido antes”, afirmou, salientando que tal ação “põe em risco o tráfego aéreo”.
Por volta das 19:00 de sexta-feira, um avião da companhia aérea marroquina Air Arabia, que voava de Casablanca para Istambul, aterrou na capital das Baleares para assistência a um passageiro marroquino, de 32 anos, uma situação que um grupo de 24 pessoas aproveitou para abandonar o avião, o que provocou a interrupção do tráfego aéreo.
A delegada do Governo salientou que o aeroporto de Palma é um “aeroporto internacional de saúde”, pelo que este tipo de pedido de aterragens, devido a emergência médica, é normal.
Até agora foram detidas 12 pessoas, nove das que tentaram fugir, outra por tentar atacar uma guarda civil no mesmo avião, o passageiro que solicitou assistência médica e aquele que o acompanhou.
Como é habitual noutros casos semelhantes, uma equipa médica prestou assistência ao paciente no avião e confirmou que este deveria ser tratado num hospital, pelo que foi transferido para a unidade hospitalar Son Llátzer, em Palma.
Aí, foi submetido a um controlo médico, teve alta hospitalar pouco depois e foi detido por entrar ilegalmente no país.
O passageiro marroquino que o acompanhou ao hospital fugiu assim que chegou ao centro médico, mas foi subsequentemente detido.
Nenhum requereu asilo político, até agora, explicou a delegada do governo.
Calvo reuniu-se esta manhã com os chefes da Polícia Nacional e da Guardia Civil para analisar a situação.
Aquela responsável deixou claro que aqueles cidadãos chegaram a Espanha ilegalmente e, portanto, serão enviados de volta ao seu país quando a autoridade judicial assim o determinar.
Fontes policiais disseram à agência de notícias espanhola EFE que os migrantes serão acusados de um crime de desordem pública, além da entrada ilegal em Espanha.
Os passageiros que fugiram pelas pistas violaram os regulamentos de segurança aérea.
O resto dos passageiros e a tripulação do avião foram identificados e o voo retomou a sua viagem, após a meia-noite de sexta-feira.
A delegada do governo apoiou a decisão de aterragem de emergência do comandante do avião, após este ter sido informado de que um passageiro não se estava a sentir bem.
Outra questão é que todo este procedimento deve ser revisto, acrescentou.
A presidente das Ilhas Baleares, Francina Armengol, escreveu na rede social Twitter que “o que aconteceu não pode ser repetido”, e encorajou as autoridades competentes a rever os protocolos.
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