Pesca artesanal em Moçambique envolve 400 mil pessoas e mais de 42 mil embarcações

A pesca artesanal em Moçambique envolve quase 400 mil pessoas e mais de 42 mil embarcações, em águas interiores e marítimas, segundo o censo de 2022, cujo relatório final foi divulgado hoje.

Pesca artesanal em Moçambique envolve 400 mil pessoas e mais de 42 mil embarcações

De acordo com os dados finais do Censo da Pesca Artesanal e Aquacultura (CEPAA 2022), o levantamento cobriu “todas as áreas territoriais das águas marítimas e do interior”, com “exceção de algumas zonas da província de Cabo Delgado, por razões de insegurança”, alargado ao subsetor da aquacultura pela primeira vez.

O levantamento, que envolveu o Ministério do Mar, Águas Interiores e Pescas e o Instituto Nacional de Desenvolvimento da Pesca e Aquacultura, entre outros parceiros, cobriu 1.600 centros de pesca em todo o país, dos quais 889 nas águas interiores e 711 nas águas marítimas.

Permitiu identificar 397.688 pessoas envolvidas na pesca artesanal, incluindo 110.518 pescadores operando com embarcação, 164.439 pescadores exercendo sem embarcação e 122.731 profissionais em outras “atividades ao longo da cadeia de valor da pesca artesanal, com destaque, para carpinteiros e mecânicos navais, redeiros, processadores e comerciantes de pescado”.

Do total das pessoas envolvidas na pesca artesanal em Moçambique, 24,2% são mulheres, “sendo as que desenvolvem a atividade sem embarcação com maior representatividade”.

“Esta operação estatística registou 100.780 artes de pesca convencionais, das quais o maior número é de arte de emalhar, com cerca de 61,0%. A província de Tete apresenta o maior número de artes convencionais no país, com cerca de 30,0% do total”, acrescenta o relatório final, que teve o apoio técnico do Instituto Nacional de Estatística (INE).

Refere igualmente que foram registadas 42.723 embarcações, das quais 1.986 motorizadas.

“As embarcações são, na sua maioria, do tipo canoas de tronco escavado (54,4%), que estão maioritariamente concentradas nas províncias de Tete e Zambézia, seguidas de canoas do tipo moma (16,4%)”, descreve.

Relativamente à aquacultura, o censo concluiu pelo registo de 21.751 operadores, dos quais 12.899 são proprietários de unidades aquícolas, entre singulares e associados, contando com 8.852 trabalhadores, dos quais 31,8% mulheres.

A atividade aquícola no país, de acordo com o tipo, “é maioritariamente de subsistência”, equivalente a 42,9%, e artesanal, 46,79%, sendo o remanescente, “menos de 10,1%”, enquadrado no semi-industrial, industrial, experimental, de investigação e treino e formação.

O CEPAA recenseou 11.413 unidades de produção de aquicultura, das quais 10.518 tanques.

Foram recenseadas ainda 2.120 Organizações de Base Comunitária (0BCs) inseridas na pesca artesanal e aquacultura, sendo mais da metade destas (1.264) grupos de Poupanças e Crédito Rotativo, seguindo-se Conselhos Comunitários de Pesca (395), associações de aquacultores (245) e associações de pescadores (116).

O estudo identificou ainda, no que diz respeito às infraestruturas de apoio à pesca e aquacultura, 436 unidades, incluindo 179 carpintarias navais, 78 mercados de peixe, 77 peixarias, 39 lojas de insumos, 33 oficinas de motores navais e 30 fábricas de gelo.

PVJ //

By Impala News / Lusa

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