Pedro Nuno acusa Governo de inação na questão das tarifas e quer apoios para diversificação de mercados
O secretário-geral do PS acusou hoje o Governo de inação na resposta às tarifas aduaneiras impostas pelos EUA e defendeu o apoio à diversificação dos mercados das empresas exportadoras e seguros de crédito público.

“As tarifas vão ter impacto nalguma da nossa indústria, nomeadamente dos têxteis, do próprio calçado, mas também indiretamente na nossa indústria de componentes automóveis. E, portanto, aquilo que nós precisávamos era ter um governo que reagisse com maior rapidez, como fez o governo espanhol”, respondeu aos jornalistas Pedro Nuno Santos no final de uma visita ao Mercado de Benfica, em Lisboa.
O secretário-geral do PS apontou que até ao dia de hoje, em que entram em vigor estas tarifas, não se conhece por parte do Governo PSD/CDS-PP “nenhum pacote de ajuda e de apoio à indústria potencialmente mais afetada com as tarifas norte-americanas”.
“E nós precisamos é de um governo que seja capaz de atuar rapidamente”, defendeu.
Considerando “evidente para todos” a falta de ação do Governo nesta matéria, Pedro Nuno Santos referiu que, desde o anúncio destas tarifas, a única coisa que houve do executivo “foi uma reunião com as associações empresariais”.
“Nós precisávamos era que se apresentassem propostas, nomeadamente para apoiar a nossa indústria exportadora a direcionar parte das suas exportações para outros mercados”, disse, defendendo o apoio à “intensificação e a diversificação dos mercados das empresas exportadoras”.
Segundo o secretário-geral do PS, “isso implicaria uma reafetação de alguns fundos comunitários”, um trabalho de negociação com Bruxelas “já devia ter começado”.
“E nós devemos também ter outras medidas de apoio às nossas empresas, como por exemplo seguros de crédito público para apoiar as nossas empresas a entrarem em mercados que ainda são desconhecidos para elas”, propôs.
As tarifas, que o Presidente dos EUA chama de “recíprocas”, entram hoje em vigor, tratando-se de uma taxa que se soma à tarifa mínima global de 10% que se começou a aplicar em 05 de abril.
O Presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou na passada quarta-feira, num dia que apelidou de “dia da libertação”, uma tarifa de 10% sobre 184 países e territórios, incluindo a União Europeia (UE), bem como a imposição de uma tarifa adicional para aqueles que considera serem os “piores infratores”.
Está em causa uma tarifa “recíproca”, que corresponde a cerca de metade da taxa aplicada pelos outros países aos EUA, disse Trump, tendo exibido uma tabela com o nível das barreiras comerciais e não comerciais sobre produtos norte-americanos em vários países.
Contempla uma taxa de 20% sobre as importações da União Europeia e de 34% sobre os produtos chineses, enquanto os produtos da Índia passam a pagar 26%, de Taiwan 32% e do Vietname 46%.
JF (MES) // SF
By Impala News / Lusa
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