PAN vai votar contra Orçamento por conter “retrocessos preocupantes”

O PAN vai votar contra o Orçamento do Estado para 2025 (OE2025) por considerar que a proposta apresenta “retrocessos preocupantes” em “várias áreas cruciais”, indica um comunicado do partido.

PAN vai votar contra Orçamento por conter

“A Comissão Política Nacional do PAN deliberou por unanimidade dos seus membros o voto contra o OE2025. O PAN reitera o seu compromisso com a luta pelos direitos dos animais, pela proteção do ambiente e pela melhoria das condições de vida das pessoas, causas postas em causa pelo OE apresentado pela AD”, de acordo com a porta-voz do partido, Inês Sousa Real, citada no comunicado.

O partido entende que este é um orçamento “que apresenta retrocessos preocupantes em várias áreas cruciais” para o futuro do país.

“Inaceitável que em pouco mais de seis meses o Governo de Luís Montenegro tenha feito retroceder quase uma década de políticas relacionada com a proteção e o bem-estar animal, ao eliminar do orçamento os apoios previstos para as autarquias locais, associações de proteção animal e famílias carenciadas”, refere a porta-voz.

O PAN destaca que o orçamento “elimina por completo as verbas dedicadas à causa animal”, que em 2024 “ascendiam a 13,2 milhões de euros”.

Uma decisão que vai colocar associações e municípios “sob uma pressão extrema, limitando as políticas de captura, esterilização e devolução (CED) e o apoio às populações mais carenciadas”, defendeu.

No que diz respeito ao ambiente, o partido mostra-se preocupado que o orçamento “continue a não cumprir a Lei do Clima”.

“Não prevê o impacto carbónico das medidas climáticas propostas e reduz as verbas para a política climática em 23,22%”, sublinhou.

Além disso, “a transição climática proposta penaliza as famílias com o descongelamento da taxa do carbono, que lhes custará 525 milhões de euros por ano, enquanto as grandes empresas poluidoras continuam a beneficiar de isenções fiscais”.

Em relação ao fundo de emergência municipal, este “permanece nos mesmos seis milhões de euros, ignorando os estragos causados por fenómenos extremos como cheias e incêndios”.

O PAN apontou ainda que o orçamento vai ao encontro, “ainda que não na totalidade”, de propostas do partido, como o novo regime de IRS Jovem e a revisão dos escalões de IRS. No entanto, estas “são claramente insuficientes”, notou, referindo que as atualizações fiscais “ficam aquém da inflação acumulada dos últimos anos e não abrangem os jovens considerados dependentes, criando uma falsa emancipação fiscal”.

No que toca à habitação, a proposta falha em responder às necessidades urgentes das famílias, considerou o partido, que dirigiu ainda críticas no capítulo do combate à pobreza energética que “é ignorado”, uma vez que “os limiares de acesso às tarifas sociais de energia permanecem desatualizados”.

“Continuaremos firmes, determinados e intransigentes na defesa destes valores essenciais para construir um país mais justo, sustentável e compassivo”, referiu Inês Sousa Real, ainda de acordo com o comunicado.

No dia da apresentação do orçamento, a porta-voz do PAN já tinha dito que o partido dificilmente poderia acompanhar a proposta do Orçamento do Estado para 2024, porque “põe por terra compromissos ambientais e compromissos com a proteção animal”.

CAD // SB

By Impala News / Lusa

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