Organização dos Estados Americanos falha em aprovar resolução sobre crise na Venezuela

Os ministros dos Negócios Estrangeiros da Organização dos Estados Americanos (OEA) suspenderam, na segunda-feira, a reunião de consulta sobre a crise na Venezuela ao falharem em obter os 23 votos necessários para aprovar uma resolução.

Organização dos Estados Americanos falha em aprovar resolução sobre crise na Venezuela

Os ministros dos Negócios Estrangeiros da Organização dos Estados Americanos (OEA) suspenderam, na segunda-feira, a reunião de consulta sobre a crise na Venezuela ao falharem em obter os 23 votos necessários para aprovar uma resolução.

Depois de uma sessão de quatro horas e de um intervalo de aproximadamente 60 minutos, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Guatemala, Carlos Raúl Morales, propôs a continuidade da reunião “em data a determinar” através da via diplomática.

“Temos que continuar o diálogo” para tentar chegar a um consenso, afirmou Carlos Raúl Morales, que declarou a sessão da OEA suspensa depois de nenhum dos países membros ter manifestado a sua oposição.

Nenhuma das duas declarações sobre a crise na Venezuela, apresentadas durante a reunião de chefes da diplomacia da OEA, realizada na segunda-feira na estância balnear de Cancún, no México, antes da abertura da 47.ª Assembleia-Geral da OEA, obteve os 23 votos necessários. A proposta negociada por um amplo grupo de países que pedia a reconsideração da Assembleia Constituinte da Venezuela, fracassou, registando 20 votos a favor, oito abstenções, cinco contra e uma ausência (a da própria Venezuela). A outra iniciativa, de São Vicente e Granadinas, que oferecia uma versão menos crítica relativamente ao Governo do Presidente Nicolás Maduro, granjeou apenas oito votos a favor, 11 abstenções, 14 contra e uma ausência (também da Venezuela).

Inicialmente, estava prevista que apenas a proposta negociada pelo amplo grupo de países fosse submetida a votação, e Morales, que preside à reunião, tinha garantido que esse texto tinha o número suficiente de apoios para seguir em frente. Além disso, o chefe da diplomacia da Guatemala tinha afirmado que a proposta de São Vicente e Granadinas, em nome da Comunidade do Caribe (Caricom) tinha sido retirada, tal como outro texto, o mais crítico dos três, impulsionado por Estados Unidos, México, Canadá, Panamá e Peru.

Contudo, após uma pausa de mais de uma hora para analisar a proposta sobre a Constituinte — que teoricamente contava com os apoios suficientes –, Morales submeteu à votação esse texto, bem como o da Caricom. Para ser aprovado um texto na reunião de ministros dos Negócios Estrangeiros é necessário o voto de 23 países, dois terços dos 34 estados representados na reunião (todos os do continente, à exceção de Cuba).

A reunião de ministros dos Negócios Estrangeiros de segunda-feira retoma a realizada, em 31 de maio, em Washington, a qual foi suspensa, ao fim de cinco horas, perante a impossibilidade de acordo entre as duas propostas apresentadas.

A Assembleia-Geral da OEA foi inaugurada na noite de segunda-feira pelo Presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, e decorre até quarta-feira.

 

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