OIM e Fórum de Doadores querem angariar 8,8 ME para acabar com escravatura moderna

A Organização Internacional para as Migrações (OIM) e o Fórum Global de Doadores (GDF) querem angariar 8,8 milhões de euros para combater a escravatura moderna e o tráfico de pessoas em todo o mundo, anunciaram hoje as entidades.

OIM e Fórum de Doadores querem angariar 8,8 ME para acabar com escravatura moderna

O objetivo foi firmado hoje num acordo assinado pelas duas organizações e tem como base o ‘Zakat’, uma doação obrigatória na fé islâmica que determina a canalização de uma parte da riqueza de uma pessoa para a caridade.

“Estima-se que 50 milhões de pessoas em todo o mundo sejam afetadas pela escravatura moderna, incluindo o tráfico humano, todos os dias”, referiram as duas organizações num comunicado hoje divulgado.

De acordo com a mesma fonte, uma em cada três vítimas de tráfico é uma criança, e até 78% das vítimas são traficadas para trabalho forçado e exploração sexual.

“Com níveis sem precedentes de deslocação humana em todo o mundo devido a conflitos, desastres e pobreza extrema, milhões de pessoas estão a ser empurradas para situações vulneráveis, aumentando o risco de tráfico humano, trabalho forçado e casamentos forçados”, alertaram.

“Esta colaboração cria uma oportunidade para canalizar donativos baseados na fé que satisfaçam as necessidades humanitárias críticas e fortaleçam os esforços para acabar com a escravatura moderna”, explicou o diretor do departamento de operações e emergências da OIM, Mohammed Abdiker, citado na nota informativa.

“Ao alinhar a nossa experiência operacional com o alcance da GDF nas redes filantrópicas muçulmanas, podemos ajudar a restaurar a liberdade e a proteger a dignidade dos mais necessitados”, acrescentou.

O acordo hoje assinado determina que o GDF irá liderar os esforços de angariação de fundos, contactando os doadores e garantindo que todas as contribuições do ‘Zakat’ seguem as diretrizes islâmicas.

Por seu lado, a OIM, agência que integra o sistema das Nações Unidas, distribuirá os fundos através do seu recém-lançado Fundo de Filantropia Islâmica e utilizará a sua experiência global para identificar, conceber e implementar programas que auxiliem os sobreviventes da escravatura moderna.

Isto inclui resgatar vítimas, ajudá-las a recuperar e a reintegrar-se na sociedade, prestar apoio jurídico e psicológico e oferecer educação e oportunidades de subsistência.

“A escravatura moderna é uma crise moral que exige uma resposta moral. Através desta parceria, estamos a alavancar o poder do ‘Zakat’ — uma obrigação sagrada no Islão — para proteger os direitos e a liberdade daqueles que foram privados de ambos”, afirmou o fundador e diretor do GDF, Tariq Cheema.

PMC // SCA

By Impala News / Lusa

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