Nova petição contra retirada de brasões da Praça do Império em Lisboa com 5.500 assinaturas
Mais de 5.500 cidadãos assinaram uma nova petição contra a retirada dos brasões do jardim da Praça do Império, na freguesia de Belém, apesar de a Câmara de Lisboa já ter adjudicado a obra de requalificação do espaço.
Mais de 5.500 cidadãos assinaram uma nova petição contra a retirada dos brasões do jardim da Praça do Império, na freguesia de Belém, apesar de a Câmara de Lisboa já ter adjudicado a obra de requalificação do espaço.
Em 2016, a Câmara de Lisboa (de maioria socialista) aprovou, com os votos contra da oposição, a decisão do júri do concurso de ideias lançado para renovação do Jardim da Praça do Império que não previa a recuperação dos brasões florais.
Surgiram depois diversas vozes contra a decisão, petições e um abaixo-assinado que deu entrada na Assembleia Municipal de Lisboa, considerando que a retirada dos brasões florais daquele jardim “é um crime” contra a cidade.
Entretanto, há pouco mais de um mês (29 de dezembro) a empreitada foi adjudicada pela autarquia lisboeta à empresa Decoverdi, Plantas e Jardins, no valor de cerca de 730 mil euros, segundo o portal de contratos públicos base.
Voltou, então, a surgir uma nova petição ‘online’, intitulada “Contra o apagamento dos brasões da Praça do Império, tendo como primeiro signatário o presidente da Associação Nova Portugalidade, Rafael Pinto Borges, e as assinaturas dos ex-ministros António Barreto e Bagão Félix, assim como do antigo presidente da Câmara de Lisboa Carmona Rodrigues.
Na lista de subscritores estão também os deputados à Assembleia da República Telmo Correia (CDS-PP) e Paulo Neves (PSD) e os presidentes das juntas de Belém e Estrela — ambos do PSD – Fernando Ribeiro Rosa e Luís Newton.
Os eleitos da Assembleia Municipal de Lisboa Aline Beuvink (PPM), Diogo Moura (CDS-PP) , José Inácio Faria (MPT) e Rodrigo Mello Gonçalves (independente, ex-PSD) são outros dos proponentes da petição, que hoje pelas 16:30 tinha 5.510 assinaturas .
“As alterações que a Câmara pretende impor à Praça do Império em nada virão a enriquecê-la. Infelizmente, para mal da nossa Lisboa, os promotores do projeto não compreenderam o espírito do espaço e muito menos o que ele representa para a cidade, para Portugal e para o mundo”, é defendido no texto.
Os subscritores consideram que o projeto foi encomendado pelo município de Lisboa “com o propósito claro, indisfarçável e puramente ideológico de remover os brasões, em particular os que aludem ao antigo Ultramar português, num ato de lastimável talibanismo cultural”.
Solicitam, por isso, a suspensão do atual projeto e defendem que seja promovido um novo que não preveja alterações formais e conceptuais, valorizando toda a estrutura existente e preservando-a integralmente para o futuro, incluindo todos os brasões florais, históricos e ultramarinos, lá representados.
“A Praça do Império é um espaço privilegiado na relação de Lisboa com o rio e de Portugal com o mar e o mundo, vocação que nos caracterizou ao longo dos séculos como povo construtor de Estados e da ideia de fraternidade entre povos a que, com justo título, chamamos Portugalidade. Assim deve manter-se, para os portugueses de hoje e de amanhã”, lê-se ainda na petição.
O Jardim da Praça do Império foi construído em 1940, por altura da “Exposição do Mundo Português”, evento comemorativo dos 800 anos da Independência de Portugal e dos 300 anos da Restauração da Independência.
Anos mais tarde, no âmbito de outra exposição, foram ali colocadas 30 composições florais em forma de brasão representando as armas das capitais portuguesas e das ex-províncias ultramarinas.
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