Nós, Cidadãos! quer mais investimento e aposta na tecnologia para Defesa
O Nós, Cidadãos! volta a concorrer a 18 de maio a um lugar no parlamento, onde quer mais sociedade civil, defende o reforço do investimento em Defesa e a aposta no desenvolvimento tecnológico para o setor.

Em entrevista à Lusa, o presidente do partido, fundado em 2015 como um movimento de cidadãos, considerou que o contexto internacional atual obriga a que a Defesa seja uma prioridade do próximo Governo e defendeu uma nova estratégia nacional.
“Na Defesa, o importante é investir, não é gastar dinheiro”, afirmou Joaquim Rocha Afonso, referindo-se à importância de maximizar as potencialidades do país e mencionou, a título de exemplo, a empresa tecnológica portuguesa que tem fornecido ‘drones’ para vigilância à Ucrânia.
Para o cabeça de lista pelo círculo de Lisboa, Portugal pode contribuir no contexto da União Europeia precisamente através da aposta no desenvolvimento tecnológico para Defesa, mas esse não deve ser o único foco do Governo.
É preciso também “garantir os mínimos olímpicos para a sustentabilidade e modernidade das Forças Armadas”, acrescentou Joaquim Rocha Afonso, que foi oficial da Marinha Portuguesa.
O líder do Nós, Cidadãos! refere, por exemplo, a manutenção e atualização de todo o equipamento, mas também a melhoria das condições salariais dos militares, que não podem “estar numa frente de combate preocupados se a esposa, em casa, tem dinheiro para comprar leite para os filhos”.
“A retaguarda, que são os políticos e o Estado português, é que tem que garantir que o militar, quando sai para a guerra, só pensa no objetivo que é ganhar a guerra”, justifica.
Além da Defesa, outra das prioridades do Nós, Cidadãos! é a revisão da lei eleitoral, da qual Joaquim Rocha Afonso tem sido crítico ao longo dos últimos anos, por considerar que a Assembleia da República deve ser aberta também a movimentos cívicos.
Por outro lado, critica o modelo de eleição dos deputados, através do método de Hondt, que diz prejudicar “a credibilidade de todo o sistema político, porque cerca de um quarto dos votos vão para o lixo”, referindo-se, sobretudo, aos círculos eleitorais mais pequenos que elegem apenas dois ou três deputados.
Em alternativa, defende círculos de compensação, método que já existe nas eleições regionais dos Açores para corrigir desequilíbrios na representação dos partidos através de cinco mandatos adicionais que são atribuídos com base no total de votos, de forma a compensar partidos que tenham ficado sub-representados.
A concorrer pela quinta vez a umas eleições legislativas, o Nós, Cidadãos! alcançou o melhor resultado na estreia, em 2015, quando chegou aos 21.439 votos, mas deste então tem tido consecutivamente resultados piores face às anteriores, e em 2024 não passou dos 2.399 votos.
Para 18 de maio, a “expectativa é sempre acreditar no milagre” e Joaquim Rocha Afonso acredita numa “revolução da cidadania”.
“Vai acontecer. Toda a gente sabe que as pessoas estão saturadas de aldrabices, de questõeszinhas”, afirma, atirando ao PSD e PS, partidos que entende terem mais em comum do que divergências ideológicas.
“Temos que ajudar os nossos políticos, nos quais eu me incluo, naturalmente, a ter bom senso e pensar no interesse nacional em vez de pensar no interesse político-partidário”, explica, defendendo uma espécie de “Governo de Salvação Nacional” entre os dois maiores partidos para definir objetivos estratégicos de médio e longo prazo.
Nas legislativas de 18 de maio, o Nós, Cidadãos! concorre por oito círculos eleitorais: Aveiro, Évora, Guarda, Lisboa, Porto, Setúbal, Europa e Fora da Europa.
*** Mariana Caeiro (texto), Jorge Coutinho (vídeo) e António Pedro Santos (fotografia) ***
MCA // ACL
By Impala News / Lusa
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