Mortágua atirou aos liberais que “não percebem” de economia

A coordenadora nacional do BE, Mariana Mortágua, tentou hoje a desconstruir algumas propostas liberais, na Faculdade de Letras do Porto, perante uma plateia com jovens indecisos, mas também com vários apoiantes.

Mortágua atirou aos liberais que

Francisca tem 19 anos, é aluna no curso de Ciências da Comunicação e ainda está indecisa sobre em quem vai votar no próximo domingo nas eleições legislativas antecipadas.

“Ainda estou a ponderar opções. Talvez esclareça com a sessão”, afirmou, referindo-se à conversa sobre habitação que o BE organizou hoje na Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP), no âmbito da campanha eleitoral.

Perante uma plateia de jovens, terreno que costuma ser fértil para a Iniciativa Liberal, Mariana Mortágua foi deixando críticas ao “neoliberalismo” que “individualizou” mentalidades, cada vez mais isoladas com o uso das redes sociais e definiu a crise da habitação como uma “guilhotina na cabeça de toda a gente”.

“E quando se fala da imigração dos jovens e da saída dos jovens e quando os liberais tentam convencer o país que o problema dos jovens é o IRS que pagam sobre um salário de mil euros quando a renda custa 800, o IRS podia ser zero”, argumentou a bloquista.

Mariana Mortágua sustentou que “o salário continuava a ser mil euros e a renda continuava a ser 800, portanto, se calhar o problema não é o IRS, mas a renda ser muito cara e o salário muito baixo”.

“Se calhar o problema é que a renda é uma renda de Berlim e o salário é um salário de Portugal e, se calhar, é por isso que os jovens emigram para Berlim”, acrescentou.

Noutra altura, questionada por um aluno sobre o abandono de determinadas zonas do país, no caso, o distrito de Viseu, a bloquista deixou nova ‘farpa’ aos liberais.

“Temos que olhar para o território com cabeça e planeamento. O Estado tem que ter recursos, não basta destruir o Estado, dizer que tudo é gorduras e depois ficarmos muito tristes porque o país é só imobiliário e turismo de massas. O mercado criou isto, isto é o que o mercado criou: abandono numas zonas, especulação noutras. Ainda dizem que os liberais percebem a economia”, provocou.

Na esplanada do bar estava também Pedro Machado, 20 anos, igualmente indeciso sobre em quem votar. Contudo, sabe uma coisa: não se “identifica muito” com o BE.

“Ainda não li todos os programas e ainda estou a pensar qual é o partido que vale mais a pena, entre votos úteis, entre identificar-me mais com o programa. Claro que é preferível ter um governo estável de quatro anos do que estarmos sempre em eleições e não sabermos com o que contar”, confessou à Lusa.

A coordenadora nacional do BE foi hoje abordada por vários jovens que quiseram tirar fotografias com a bloquista e outros que reagiram de forma bastante efusiva à sua presença nesta faculdade.

Foi o caso de Paulo Plácido, de etnia cigana, 19 anos, que assim que viu Mariana Mortágua chamou-a de “abelha rainha”, a “nossa mãe” e a “nossa rainha”.

“Em Portugal é a única que nos defende. Falando de minorias, que são muitas vezes levantadas com discursos de ódio e inflamação, ela vem responder a isso e faz com que tenhamos voz no parlamento”, elogiou o aluno.

Em contraponto, Paulo criticou o Chega pelas suas posições em relação à comunidade cigana, que se tem manifestado durante a campanha junto de ações do partido liderado por André Ventura.

 

ARL // PC

By Impala News / Lusa

Impala Instagram


RELACIONADOS