Montenegro defende reconhecimento da Palestina num “âmbito multilateral”

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, disse hoje que o Governo português defende o reconhecimento da Palestina como Estado “num âmbito multilateral”, no seio da União Europeia e da Organização das Nações Unidas.

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“Não vamos tão longe como outros governos ainda no que diz respeito a um reconhecimento do Estado da Palestina porque sustentamos que esse entendimento deve ser construído num âmbito multilateral, no seio da União Europeia e no seio da Organização das Nações Unidas”, afirmou Luís Montenegro, em Madrid, numa conferência de imprensa ao lado do líder do Governo de Espanha, Pedro Sánchez.

O primeiro-ministro espanhol já se comprometeu a reconhecer o Estado palestiniano até julho e tem tentado mobilizar outros países europeus para avançarem com a decisão em conjunto com o Governo de Madrid.

Luís Montenegro considerou que a posição dos governos de Portugal e de Espanha, neste momento, “não é assim tão distante”, mas afirmou que não é a mesma.

“Respeitamos as diligências de todos os governos e, naturalmente, também do governo espanhol. A nossa posição não é assim tão distante, mas nesta ocasião, a verdade é que a consagração dos dois estados [Israel e Palestina], do nosso ponto de vista, deve ser construída num âmbito multilateral”, disse Luís Montenegro.

Reiterando que Portugal vai apoiar, na Assembleia das Nações Unidas, a pretensão da Palestina de ser membro de pleno direito da ONU – um debate em curso neste momento dentro da organização – Luís Montenegro considerou que o governo confia “que este primeiro passo pode ser muito importante para alcançar a consagração dos dois estados”, como Portugal defende.

O primeiro-ministro insistiu, em resposta a questões dos jornalistas, que a posição do atual governo português em relação ao conflito no Médio Oriente e à situação na Faixa de Gaza é de que primeiro deve haver um cessar-fogo imediato para garantir ajuda humanitária neste território palestiniano, que vive uma “situação absolutamente desastrosa”.

Para Luís Montenegro, o cessar-fogo poderá também “servir como caminho” para “construir um roteiro para estabelecer paz naquela região”.

“O governo português também está empenhado nas organizações internacionais em ser parte desse caminho”, garantiu ainda, antes de reiterar o apoio de Portugal ao reconhecimento da Palestina como membro pleno da ONU.

O conflito em curso na Faixa de Gaza começou em 07 de outubro, quando os islamitas palestinianos do Hamas mataram 1.200 israelitas, a maioria civis, num ataque surpresa no sul de Israel. Cerca de 250 pessoas foram feitas reféns pelo Hamas e levadas para Gaza.

Israel respondeu com bombardeamentos e ofensivas terrestres em Gaza que mataram mais de 33.700 palestinianos e feriram mais de 76.200, segundo o Ministério da Saúde de Gaza.

 

MP // CFF

By Impala News / Lusa

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