México acusa EUA de fazer acordo com filho de traficante para deter rival

O Ministério Público do México acusou a justiça dos EUA de ter feito um acordo com o filho do cofundador do cartel de droga Sinaloa para conseguir deter um dirigente rival da organização criminosa

México acusa EUA de fazer acordo com filho de traficante para deter rival

Num comunicado de imprensa divulgado na quinta-feira, o MP pediu explicações aos Estados Unidos sobre a libertação do traficante de droga Ovidio Guzmán de uma prisão norte-americana a 23 de julho.

Ovidio Guzmán, de 33 anos, foi detido no México em janeiro de 2023 e extraditado para os Estados Unidos em setembro passado.

Ovidio Guzmán é um dos cinco filhos de Joaquín “El Chapo” Guzmán, cofundador do cartel de Sinaloa e que cumpre pena de prisão perpétua nos Estados Unidos desde 2019.

O MP disse suspeitar que a libertação resultou de um acordo com um meio–irmão de Ovidio Guzmán, Joaquin Guzmán Lopez, de 38 anos.

Dois dias depois da libertação, a 25 julho, Guzmán Lopez foi detido no sul dos Estados Unidos, junto à fronteira com o México, na companhia do outro cofundador do cartel de Sinaloa, Ismael Zambada Garcia, conhecido como “El Mayo”, de 76 anos.

Numa carta entretanto divulgada, “El Mayo” Zambada afirmou ter sido raptado e entregue por Guzmán López aos Estados Unidos, que ofereciam uma recompensa de 15 milhões de dólares (13,6 milhões de euros) em troca da sua detenção.

Também o MP do México acusa Guzmán López de ter traído “El Mayo” ao colocá-lo a bordo de um avião privado com destino ao sul dos Estados Unidos, no meio de alegadas intrigas no interior do cartel de Sinaloa.

O MP mexicano defendeu que era “indispensável obter com urgência” informações sobre Ovidio Guzmán.

O embaixador dos Estados Unidos no México, Ken Salazar, político próximo do Presidente norte-americano Joe Biden, garantiu que Ovidio Guzmán continua “sob vigilância”, sem revelar mais pormenores.

A justiça mexicana pediu ainda “de forma urgente” a Washington informações sobre o avião em que seguiam “El Mayo”, Guzmán Lopez e sobre os pilotos da aeronave.

A aterragem do avião “foi autorizada pelos órgãos competentes” dos Estados Unidos, de acordo com as autoridades mexicanas.

A administração de Biden frisou que desferiu um “golpe muito duro” numa das “redes de tráfico de droga mais mortíferas do mundo”, especialmente devido à devastação causada pelo fentanil.

O chefe de Estado mexicano Andrés Manuel López Obrador já tinha exigido a Washington um “relatório completo”, respeito e transparência.

O Presidente do México anunciou na terça-feira “uma pausa” no relacionamento com as embaixadas dos Estados Unidos e do Canadá devido aos avisos dos respetivos diplomatas sobre os riscos da reforma para eleger o poder judicial por voto popular.

López Obrador especificou que a medida abrange apenas Ken Salazar, e o embaixador canadiano, Graeme C. Clark, mas não afetará as relações com os respetivos governos.

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By Impala News / Lusa

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